Investing.com — O dólar americano caiu ainda mais na quarta-feira, vítima da confiança abalada na maior economia do mundo após a turbulência comercial do governo Trump, enquanto a libra ganhou terreno apesar dos dados fracos de inflação.
Às 08:40 GMT, o Índice do Dólar, que acompanha o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis outras moedas, recuou 0,5% para 99,452, uma queda de mais de 8% no decorrer deste ano até agora.
O dólar enfraqueceu ainda mais após novos movimentos do governo Trump na guerra comercial com a China, as duas maiores economias do mundo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou uma investigação sobre possíveis novas tarifas em todas as importações de minerais críticos para os EUA, que são fortemente direcionadas à China, como parte de sua revolução no comércio global.
Trump iniciou uma amarga guerra comercial com a China no início deste mês, elevando as tarifas contra o país para um total acumulado de 145%. A China retaliou com uma taxa de 125% sobre produtos americanos.
Mais tarde serão divulgados dados mostrando a extensão das participações chinesas em títulos do Tesouro americano para fevereiro, com os mercados atentos para ver se o governo chinês está vendendo seus ativos americanos como resultado deste conflito comercial.
"Duvidamos que mostre muita mudança nos US$ 760 bilhões de participações da China", disseram analistas do ING, em nota, "mas se estivermos errados, uma queda poderia desencadear outro surto de vendas tanto de títulos do Tesouro americano quanto do dólar."
Também será de interesse a divulgação dos dados de vendas no varejo dos EUA mais tarde na sessão, seguida por um discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, após o tom surpreendentemente dovish estabelecido por seu colega, o governador do Fed Christopher Waller, na terça-feira.
"Com as expectativas de inflação de longo prazo derivadas do swap de inflação USD 5Y5Y atualmente caindo para novos mínimos, um discurso igualmente dovish de Powell esta noite poderia pesar sobre o dólar", acrescentou o ING.
Na Europa, o EUR/USD subiu 0,7% para 1,1364, com a moeda única encontrando apoiadores novamente após um recuo do salto da semana passada para uma máxima de três anos de 1,1474.
A inflação da zona do euro será divulgada mais tarde na sessão, e espera-se que mostre um resfriamento para um crescimento anual de 2,2% em março, de 2,3% no mês anterior, fornecendo ao Banco Central Europeu mais ímpeto para concordar com um corte de 25 pontos-base na quinta-feira, levando a taxa de depósito do BCE para 2,25%.
"O EUR/USD pode já ter estabelecido um mínimo de curto prazo e estar voltando a passar pela área de 1,1425 para testar 1,1500", disse o ING.
O GBP/USD subiu 0,5% para 1,3283, próximo a uma máxima de seis meses, apesar da inflação do Reino Unido ter esfriado em março, aumentando a probabilidade de que o Banco da Inglaterra corte as taxas de juros em sua próxima reunião em maio.
O índice de preços ao consumidor desacelerou para uma taxa anual de 2,6% em março, de 2,8% em fevereiro, abaixo das expectativas dos analistas de 2,7%.
O banco central britânico manteve as taxas de juros em 4,5% em março, com o padrão de votação mostrando 8-1 a favor de manter as taxas, enquanto um membro votou pelo corte.
Dito isso, "o GBP/USD é dominado pela história do dólar fraco e tem em vista as máximas do ano passado de 1,3430", acrescentou o ING.
Na Ásia, o USD/JPY caiu 0,5% para 142,49, com o iene japonês impulsionado pela demanda por refúgios seguros permanecendo relativamente alta.
O USD/CNY subiu 0,1% para 7,3236, com as tensões comerciais entre China e EUA persistentes ainda pesando sobre a moeda chinesa, enquanto dados mostraram que a economia da China cresceu mais do que o esperado no primeiro trimestre de 2025.
O PIB da China cresceu 5,4% ano a ano nos três meses até 3 de março, acima da previsão média de crescimento de 5,2%.
Outros dados na quarta-feira mostraram que a produção industrial chinesa aumentou 7,7% em março, superando as expectativas, à medida que os produtores locais anteciparam exportações antes das altas tarifas americanas de 2 de abril impostas pelo presidente Trump.
As vendas no varejo também subiram 5,9%, auxiliadas pelas medidas de estímulo de Pequim direcionadas ao consumo.
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