SINGAPURA/LONDRES, 15 Abr (Reuters) - O dólar manteve-se estável, esta terça-feira, ao negociar perto de um mínimo de três anos em relação ao euro e um mínimo de seis meses em relação ao iene, com os investidores a tentar entender as constantes mudanças nas tarifas do Presidente Donald Trump, permanecendo cautelosos com os activos norte-americanos.
Grande parte da volatilidade que atingiu o dólar na semana passada e fez com que as 'yields' do Tesouro disparassem parecia ter diminuído um pouco esta terça-feira, embora o sentimento dos investidores ainda seja frágil.
O euro EUR=EBS, um dos maiores beneficiários do 'dumping' deste mês de activos norte-americanos, depreciava no dia para os 1,1343 dólares, um pouco abaixo do máximo de três anos da semana passada de 1,1474 dólares.
O dólar depreciou 0,2% contra o iene para os 142,855, não muito longe do mínimo de seis meses de sexta-feira, de 142,05.
Após cair para um mínimo de 10 anos contra o franco suíço na semana passada, o dólar CHF=EBS ficou estável nos 0,8144 francos na terça-feira. Ainda assim, o dólar caiu quase 8% face ao franco suíço este mês, registando a sua maior queda mensal desde Dezembro de 2008.
O foco do mercado tem estado nas manchetes tarifárias em constante mudança, com os Estados Unidos a removerem 'smartphones' e outros aparelhos electrónicos dos seus direitos sobre a China no fim de semana, proporcionando algum alívio, embora os comentários de Trump sugeriram que o alívio provavelmente será de curto prazo.
A imposição de Trump e o posterior adiamento abrupto da maioria das tarifas sobre os bens importados para os Estados Unidos semearam a confusão, aumentando a incerteza para os investidores e decisores de política em todo o mundo.
Houve uma maior sensação de calma em todo o mercado esta terça-feira. Mas, dada a incerteza que Trump e a sua vacilação em relação às tarifas provocaram, os analistas esperavam que o alívio para o dólar fosse de curta duração.
A 'yield' da nota de referência do Tesouro dos Estados Unidos a 10 anos US10YT=RR subiu 2 pontos base para os 4,38%, após cair quase 13 pontos base na sessão anterior.
As 'yields' subiram cerca de 50 pontos base na semana passada - o maior aumento semanal em mais de 20 anos - com os analistas e investidores a questionarem o estatuto das obrigações norte-americanas como os activos mais seguros do mundo.
O governador da Fed, Christopher Waller, disse, na segunda-feira, que as políticas tarifárias do governo Trump são um grande choque para a economia norte-americana que pode levar a Reserva Federal a cortar as taxas de juro para evitar uma recessão, mesmo que a inflação permaneça alta.
Os investidores estão a precificar 86 pontos base de cortes do Fed para o resto do ano, mostraram os dados da LSEG.
O índice do dólar =USD, que mede a moeda norte-americana contra seis outras, estava nos 99,74, não muito longe do mínimo de três anos da semana passada. O índice caiu mais de 4% em Abril, atingindo a sua maior queda mensal desde Novembro de 2022.
As moedas mais ligadas ao risco desfrutaram de um surto de força. A libra GBP=D3 subiu 0,3% para os 1,323 dólares, enquanto que o dólar australiano AUD=D3 subiu 0,4% para os 0.6355 dólares e o dólar da Nova Zelândia NZD=D3 ganhou 0,8% para chegar aos 0,592 dólares, perto do seu máximo em quatro meses e meio.
Texto integral em inglês: nL1N3QT0CE