SINGAPURA, 24 Dez (Reuters) - O dólar defendeu o seu recente domínio, esta terça-feira, numa semana de feriados, com os investidores a ponderarem a perspectiva de taxas de juro norte-americanas mais altas por mais tempo, o que deixou outras divisas importantes a lutar perto de mínimos históricos.
Nos últimos três meses, o dólar norte-americano deu um salto face a um cabaz de moedas =USD, alimentado por perspectivas divergentes dos bancos centrais.
Após a sua reunião de política na quarta-feira, a Reserva Federal norte-americana parece agora destinada a manter as taxas mais altas por mais tempo do que os mercados esperavam, o que elevou as 'yields' do Tesouro dos Estados Unidos e impulsionou a moeda em 1,2% para máximos de dois anos.
É provável que os volumes de negociação diminuam esta semana com a aproximação do final do ano, sendo que os principais dados económicos são escassos, o que significa que o tema das taxas deverá continuar a ser o principal impulsionador dos movimentos no mercado cambial.
O índice do dólar =USD manteve-se firme no dia, ao subir 0,1% para os 108,2, ficando ainda perto do máximo de dois anos de 108,54 que atingiu na sexta-feira.
Outras moedas respiraram um pouco, esta terça-feira, mas o impacto da recente subida do dólar ainda se fazia sentir em geral.
O euro EUR=EBS estava a ser comprado nos 1,0393 dólares, caindo um pouco no dia e não ficando muito longe do mínimo de dois anos de Novembro, enquanto que a libra GBP=D3 ficou à volta de um mínimo de um mês nos 1,2532 dólares.
Por outro lado, o iene JPY=EBS fixou-se perto de um mínimo de cinco meses, seguindo nos 157,04 por dólar, tendo já caído perto de 5% este mês para território que está a manter os investidores em alerta para qualquer intervenção das autoridades japonesas.
Na semana passada, o Banco do Japão manteve as taxas de juro na mesma e não soube dizer quando as poderia aumentar. A comunicação do banco central contrastou fortemente com o tom aguerrido da Reserva Federal, um dia antes, quando projectou um ritmo moderado de cortes nas taxas em 2025, fazendo deslizar o iene.
O dólar parece destinado a terminar o ano com uma subida de mais de 6%, após ter recuado no ano passado.
Embora uma leitura benigna da inflação dos Estados Unidos na sexta-feira tenha aliviado os receios sobre o ritmo de cortes da Fed no próximo ano, os mercados ainda estão a precificar cerca de 35 pontos base de alívio para 2025, o que, por sua vez, está a sustentar o dólar.
Texto integral em inglês: nL1N3NP06C
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(Por Rae Wee e Greta Rosen Fondahn; Tradução para português por Tiago Brandão, Gdansk Newsroom)
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