Investing.com – O dólar iniciou a terça-feira em alta contra as principais moedas, com os investidores aguardando a última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) este ano.
Às 7h50 de Brasília, o Índice Dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de outras seis divisas, subia 0,16%, alcançando 106,730 – próximo das máximas de três semanas.
A moeda norte-americana mantém sua força, apesar das expectativas generalizadas de que o Fed corte os juros em 25 pontos-base, para a faixa de 4,25%-4,50%, ao final do encontro na quarta-feira.
CONFIRA: Monitor de Juros do Fed
Investidores se posicionam para que o banco central adote um tom cauteloso em relação a cortes adicionais após a decisão desta semana. Isso ganha força após dados divulgados na terça indicarem que a atividade do setor de serviços nos Estados Unidos atingiu o maior patamar em três anos.
Além disso, a divulgação das vendas no varejo, prevista para mais tarde, deve indicar um crescimento robusto em novembro. Isso poderia levar o Fed a moderar as projeções de cortes de juros em 2025.
“Acreditamos que uma postura de espera e observação deve prevalecer, favorecendo uma consolidação adicional nos ganhos recentes do dólar”, afirmaram analistas do ING em relatório.
“Em última análise, a menos que o Federal Reserve adote um tom mais brando do que o mercado espera (o que não acreditamos), uma taxa de OIS de 2 anos ao redor de 4,0% segue como o principal fator que impede uma correção expressiva do dólar em dezembro, mês geralmente marcado por fraqueza da moeda.”
Na Europa, a libra esterlina (GBP/USD) permanecia praticamente estável em 1,2680, com a moeda britânica sustentando seu desempenho frente ao dólar após dados mostrarem que os salários no Reino Unido cresceram acima do esperado no trimestre encerrado em outubro.
Os ganhos semanais médios, excluindo bônus, subiram 5,2% no período, superando a projeção de 5,0%.
O Banco da Inglaterra se reúne na quinta-feira e deve manter as taxas inalteradas, prosseguindo com uma postura cautelosa em relação ao relaxamento da política monetária, em meio a persistentes preocupações inflacionárias.
“Há sinais de que o mercado de trabalho está esfriando – como o número de vagas abaixo do nível pré-pandemia – mas os dados de hoje claramente fornecem argumentos para os membros mais rigorosos do comitê intensificarem sua posição”, acrescentou o ING.
Já o euro (EUR/USD) caía 0,2%, para 1,0486, após pesquisas revelarem uma deterioração mais acentuada do que o previsto no sentimento empresarial alemão em dezembro.
O instituto Ifo informou que o índice de clima empresarial recuou para 84,7 em dezembro, ante uma leve revisão para baixo de 85,6 no mês anterior, ficando abaixo da expectativa de estabilidade em 85,6.
“A fraqueza da economia alemã se tornou crônica”, afirmou Clemens Fuest, presidente do Ifo.
Na Ásia, o iuane (USD/CNY) caía cerca de 0,1% frente ao dólar, para 7,2925, mantendo-se próximo de máximas de dois anos.
Dados divulgados na segunda-feira mostraram uma desaceleração acentuada no crescimento das vendas no varejo na China em novembro, refletindo fraqueza contínua nos gastos dos consumidores.
Enquanto isso, o iene (USD/JPY) ganhava 0,2%, para 153,78, com investidores aguardando a reunião do Banco do Japão. Uma matéria da Reuters apontou que o banco central japonês provavelmente manterá as taxas de juros inalteradas esta semana, contrariando expectativas anteriores de uma elevação.