Por Maria Martinez
BERLIM, 10 Abr (Reuters) - Institutos econômicos da Alemanha reduziram nesta quinta-feira sua previsão de crescimento do país neste ano para 0,1%, ante expansão de 0,8% projetada em setembro, levando em consideração as tarifas iniciais dos Estados Unidos sobre aço, alumínio e automóveis, e confirmando uma reportagem da Reuters.
A Alemanha é a única economia do G7 que registrou contração nos últimos dois anos. As novas tarifas "recíprocas" anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em 2 de abril e suspensas na quarta-feira, ainda podem causar um grande impacto na maior economia da Europa, disseram os institutos, possivelmente "dobrando os efeitos negativos".
Isso poderia colocar a Alemanha no caminho certo para um terceiro ano de recessão pela primeira vez na história do pós-guerra.
O maior bloco conservador do país, sob o comando de Friedrich Merz, fechou um acordo de coalizão de governo com os social-democratas na quarta-feira.
As novas previsões dos institutos levam em consideração as tarifas dos EUA de 25% sobre alumínio, aço e automóveis - que ainda estão em vigor - mas não a taxa de 20% sobre outros produtos da União Europeia anunciada na semana passada e suspensa por um período de 90 dias na quarta-feira.
Para 2026, os institutos preveem um crescimento econômico de 1,3%, sem alterações em relação à previsão anterior.
Após a eleição de fevereiro, os conservadores e os social-democratas anunciaram um fundo de 500 bilhões de euros para infraestrutura e mudanças nas regras de endividamento a fim reforçar a defesa e impulsionar o crescimento.
O pacote fiscal provavelmente levará a gastos governamentais adicionais de 24 bilhões de euros em 2026, acrescentando meio ponto percentual ao crescimento econômico, disseram os institutos.
No entanto, a fraqueza econômica deverá afetar o mercado de trabalho. O desemprego deverá aumentar neste ano para 6,3%, de 6,0% em 2024, antes de cair para 6,2% no próximo ano.
A inflação na Alemanha é projetada pelos institutos em 2,2% neste ano, antes de cair para 2,1% em 2026.
O Ministério da Economia incorpora as estimativas combinadas dos institutos em suas próprias previsões.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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