Por Lucia Mutikani
WASHINGTON, 10 Abr (Reuters) - Os preços ao consumidor dos Estados Unidos devem ter registrado alta moderada em março, mas os riscos de inflação estão inclinados para cima depois que o presidente Donald Trump dobrou as tarifas sobre produtos chineses importados, mesmo reduzindo as taxas sobre outros países.
O relatório do Departamento do Trabalho a ser divulgado nesta quinta-feira provavelmente captará apenas uma fração da primeira onda de tarifas de importação de Trump, incluindo uma tarifa de 20% sobre os produtos chineses e taxas sobre o aço e o alumínio. Trump vê as tarifas como uma ferramenta para aumentar a receita para compensar seus cortes de impostos prometidos e para reavivar uma base industrial dos EUA em declínio há muito tempo.
"Os dados dos preços ao consumidor de março parecerão datados, mas devem lançar alguma luz sobre como as mudanças no ambiente comercial já estavam começando a afetar os preços", disse Sarah House, economista sênior do Wells Fargo.
O índice de preços ao consumidor provavelmente subiu 0,1% no mês passado, de acordo com uma pesquisa da Reuters com economistas, refletindo os custos mais baixos de energia e o esgotamento dos efeitos dos aumentos de preços do início do ano. O índice havia subido 0,2% em fevereiro.
Nos 12 meses até março, a previsão é de que os preços ao consumidor tenham avançado 2,6%, de 2,8% em fevereiro.
Na quarta-feira, Trump disse que reduzirá temporariamente as novas tarifas sobre muitos países para uma taxa de 10%, menos de 24 horas após a entrada em vigor de novas tarifas pesadas que mergulharam os mercados financeiros em uma turbulência.
Mas Trump aumentou as tarifas sobre as mercadorias chinesas de 104% para 125% depois que Pequim revidou com uma taxa de 84% sobre os produtos norte-americanos. A União Europeia também retaliou com suas próprias tarifas, mas o bloco comercial não foi mencionado na declaração de Trump.
((Tradução Redação São Paulo))
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