Por Karen Brettell
NOVA YORK, 9 Abr (Reuters) - O rendimento do Treasury de 10 anos saltou para seu maior nível em sete semanas nesta quarta-feira, no que pareceu ser uma grande liquidação de títulos da dívida norte-americana, com volumes de negociação totalizando mais de quatro vezes a média.
Um aumento acentuado nos rendimentos durante a madrugada elevou os temores de que a China possa estar se desfazendo de uma grande parte de seus títulos dos Estados Unidos.
"O grande boato da semana é que a Ásia está liquidando Treasuries. Acho que isso provavelmente está ocorrendo principalmente com os títulos da China", disse Tom di Galoma, diretor administrativo do Mischler Financial Group.
A China é o segundo maior detentor estrangeiro de títulos da dívida dos EUA e possuía US$761 bilhões em Treasuries em janeiro. O Japão é o maior proprietário estrangeiro, com US$1,08 trilhão.
Di Galoma observa que os volumes de negociação de títulos dos EUA na Ásia e na Europa foram de cerca de US$18 bilhões nesta quarta-feira, mais de quatro vezes maior do que os volumes típicos de US$3,5 bilhões a US$4 bilhões.
Mas a volatilidade também deixou muitos investidores à margem, esperando para ver quanto tempo durará a intensificação da guerra comercial entre a China e os EUA, que tem sido apontada como a causa das vendas.
A demanda por títulos de prazos mais longos também enfrentará um teste com uma venda de US$39 bilhões em notas de 10 anos nesta quarta-feira e um leilão de US$22 bilhões em títulos de 30 anos na quinta-feira.
O rendimento do Treasury de dez anos US10YT=RR --referência global para decisões de investimento-- subia 13 pontos-base, a 4,388%.
O retorno do papel de 30 anos US30YT=RR avançava 12 pontos-base, a 4,83%.
O rendimento do Treasury de dois anos US2YT=RR--que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo-- tinha alta de 1 ponto-base, a 3,748%.
A diferença entre os rendimentos dos Treasuries de dez e dois anos US2US10=RR --vista como um indicador de expectativas econômicas-- estava em 63,6 pontos-base.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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