Investing.com — Investidores têm se perguntado se o presidente dos EUA, Donald Trump, poderia empregar algumas ideias relativamente não ortodoxas para ajudar a controlar a crescente dívida americana, especialmente após ele sugerir no mês passado que não faria cortes em benefícios populares de saúde e aposentadoria.
Alguns funcionários da Casa Branca apresentaram uma série de propostas não convencionais nos últimos meses, como forçar governos estrangeiros a trocar títulos do Tesouro por títulos mais baratos, numa tentativa de reduzir os pagamentos de juros, ou vender green cards no valor de US$ 5 milhões cada para estrangeiros ricos.
A administração de Trump também tem pressionado para reduzir o tamanho da força de trabalho federal através do chamado "Departamento de Eficiência Governamental", ou DOGE, liderado pelo CEO da Tesla (NASDAQ:TSLA), Elon Musk.
Tarifas também têm sido defendidas como um mecanismo para reabastecer os cofres do governo, apesar de muitos economistas alertarem que essas ações aumentarão os preços e prejudicarão o crescimento, e empresas reclamarem que a incerteza em torno das taxas tem dificultado o planejamento de suas operações.
Na quarta-feira, Trump anunciou seu conjunto mais amplo de tarifas até o momento, dizendo que aplicaria uma taxa básica de 10% sobre todas as importações estrangeiras para os EUA e imporia taxas mais altas a vários parceiros comerciais de longa data, numa tentativa de responder a práticas comerciais consideradas injustas.
China, União Europeia, Índia e Japão estão entre os países que enfrentarão tarifas "recíprocas com desconto" elevadas, que visam abordar sobretaxas estrangeiras e outras barreiras não comerciais. A Casa Branca considera essas nações como "maus atores" no comércio.
A tarifa básica de 10% entrará em vigor em 5 de abril, enquanto as tarifas mais altas começarão em 9 de abril.
Tais planos têm recebido atenção redobrada, especialmente com o aumento das preocupações sobre a sustentabilidade da dívida americana, que o Departamento do Tesouro diz totalizar US$ 36,22 trilhões — ou mais de 120% do produto interno bruto anual. Esse valor tende a aumentar ainda mais rapidamente se Washington continuar a gastar mais do que arrecada em impostos.
O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que pretende reduzir pela metade o déficit orçamentário dos EUA, que foi de 6% do PIB no ano passado.
"Bessent pretende atingir a meta de déficit de 3,5% através de forte crescimento, desregulamentação, cortes do DOGE e [...] provavelmente apoiando-se fortemente na receita de tarifas", disseram analistas da Wolfe Research.
Mas em uma nota aos clientes esta semana, os analistas afirmaram que uma meta de déficit dos EUA em torno de 5% é "alcançável", enquanto 4,5% é "otimista".
"Dito isso, não conseguimos ajustar nossos modelos o suficiente para chegar a 3,5%", observaram os analistas.
(Reuters contribuiu com a reportagem.)
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