Investing.com — À medida que o risco de recessão aumenta drasticamente após as tarifas do "Dia da Libertação" do governo Trump, alguns estão contando com os bancos centrais, incluindo o Federal Reserve, para salvar a situação. Mas o Deutsche Bank argumenta que medidas fiscais, não a política monetária, são necessárias para conter os danos.
"Este é um choque fiscal centrado nos EUA impulsionado pelo governo Trump, e é a política fiscal que pode revertê-lo", disseram analistas do Deutsche Bank em um relatório recente. "Os bancos centrais podem ajudar, mas o Fed está muito mais limitado porque os EUA estão no epicentro do choque negativo de oferta com um grande aumento da inflação por vir."
Em 02.04, ou o chamado 'Dia da Libertação', o governo Trump implementou uma tarifa mínima de 10% sobre todos os bens importados nos Estados Unidos, além de taxas recíprocas que aumentaram significativamente as tarifas sobre parceiros comerciais como China e União Europeia.
A medida tarifária foi o pior cenário para o comércio global e provocou retaliação de parceiros comerciais, incluindo a China. Pequim disse que imporia tarifas recíprocas de 34% sobre importações de produtos americanos, e a UE ameaçou revidar duramente, com especulações de que empresas de tecnologia dos EUA poderiam ser alvo.
As políticas de Trump, se mantidas, "provavelmente empurrariam a economia dos EUA e possivelmente a economia global para uma recessão este ano", disse o JPMorgan (NYSE:JPM). "Uma atualização de nossa árvore de cenários de probabilidade ressalta este ponto, elevando o risco de uma recessão este ano para 60%."
Embora o Fed e outros bancos centrais provavelmente intervenham para tentar amortecer o golpe econômico, o Deutsche Bank acredita que a política monetária pode se mostrar uma ferramenta ineficaz.
Confiar apenas em cortes de taxas não resolveria a causa raiz da crise: um "enorme aumento de impostos" equivalente às tarifas, que poderia sufocar o crescimento e aprofundar os riscos de recessão, disseram os analistas.
Com os consumidores americanos provavelmente arcando com os custos das tarifas, o Deutsche Bank instou o governo Trump a mudar urgentemente para estratégias fiscais para compensar os danos econômicos, como pagamentos diretos às famílias mais afetadas pelas tarifas ou cortes de impostos retroativos incluídos no próximo projeto de reconciliação.
"A liderança republicana precisa transmitir um sentido muito maior de urgência no avanço do pacote fiscal", disseram os analistas, criticando o Secretário do Tesouro Scott Bessent por não delinear tais medidas após o anúncio das tarifas. "Esperar até o verão — como estão comunicando — pode ser tarde demais."
Na Europa, países como Espanha, Itália e França já anunciaram medidas fiscais para combater o choque comercial. Mas é necessário mais, particularmente de países como a Alemanha — a economia mais exposta às tarifas, disseram os analistas. Berlim precisa tomar medidas decisivas, como suspender seu freio constitucional da dívida ou antecipar cortes de impostos, acrescentaram.
Qualquer intervenção fiscal, no entanto, provavelmente virá mais tarde do que mais cedo. "As respostas fiscais são inerentemente mais lentas que as intervenções dos bancos centrais, deixando os mercados vulneráveis à volatilidade", disseram os analistas.
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