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Powell diz que tarifas acima do esperado significam inflação mais alta e crescimento mais lento

Reuters4 de abr de 2025 às 15:47

Por Howard Schneider

- As novas tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são "maiores do que o esperado" e as consequências econômicas, incluindo inflação mais alta e crescimento mais lento, provavelmente também serão, disse o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta sexta-feira.

"Enfrentamos uma perspectiva altamente incerta, com riscos elevados de aumento do desemprego e da inflação", prejudicando os dois mandatos do Fed de meta de 2% para s inflação e emprego máximo, disse Powell em comentários preparados para uma conferência.

Powell falou no momento em que os mercados globais continuam demonstrando enorme aversão ao risco, depois que Trump anunciou uma série de novas tarifas na quarta-feira.

O chair do Fed não abordou as perdas nos mercados diretamente, mas reconheceu que a mesma incerteza que envolve os investidores e os empresários está afetando o banco central dos EUA.

O Fed, disse ele, tem tempo para esperar por mais dados para decidir como a política monetária deve reagir, mas o foco dos bancos centrais será garantir que as expectativas de inflação permaneçam ancoradas, especialmente se as taxas de importação desencadearem um salto persistente nas pressões dos preços.

"Embora seja altamente provável que as tarifas gerem pelo menos um aumento temporário na inflação, também é possível que os efeitos sejam mais persistentes", disse Powell.

"Evitar esse resultado dependeria de manter as expectativas de inflação de longo prazo bem ancoradas, do tamanho dos efeitos e do tempo necessário para que eles sejam totalmente repassados aos preços", disse ele.

"Nossa obrigação é manter as expectativas de inflação de prazo mais longo bem ancoradas e garantir que um aumento pontual no nível dos preços não se torne um problema contínuo de inflação."

Powell disse que não é papel do Fed comentar as políticas do governo Trump, mas sim reagir à forma como elas podem afetar uma economia que ele e seus pares consideravam, há apenas algumas semanas, como estando em um "ponto ideal" de queda da inflação e baixo desemprego.

Mas seus comentários destacaram a tensão que o Fed está vendo surgir entre os "dados concretos", que continuam sólidos, e os "dados não concretos", como pesquisas e entrevistas com contatos que apontam para uma desaceleração iminente.

"Estamos observando atentamente essa tensão entre os dados concretos e os não concretos. À medida que as novas políticas e seus prováveis efeitos econômicos se tornarem mais claros, teremos uma noção melhor de suas implicações para a economia e para a política monetária", disse Powell.

"Embora a incerteza continue elevada, agora está ficando claro que os aumentos de tarifas serão significativamente maiores do que o esperado", disse ele. "É provável que o mesmo ocorra com os efeitos econômicos, que incluirão inflação mais alta e crescimento mais lento."

"Estamos bem posicionados para aguardar maior clareza antes de considerar quaisquer ajustes na política monetária. É muito cedo para dizer qual será o caminho apropriado para a política monetária."

O conjunto de riscos, com os preços subindo mesmo com o enfraquecimento da economia, tornou-se cada vez mais central nos comentários recentes do Fed, à medida que o escopo dos planos tarifários de Trump se torna claro e outros países respondem.

A China anunciou tarifas retaliatórias de 34% sobre todos os produtos norte-americanos, restrições à exportação de minerais essenciais para o setor de tecnologia e outras medidas, incluindo limites às importações de frangos criados nos EUA.

Os mercados acionários globais continuam afundando. Até agora, as autoridades do governo minimizaram o declínio, o pior desde o início da pandemia da Covid-19, como necessário para os ganhos econômicos dos EUA em algum momento no futuro.

Operadores esperam quatro cortes de 0,25 ponto percentual nos juros pelo Fed neste ano, em comparação com três antes do anúncio de Trump de tarifas que podem taxar as importações em uma média de até 27%, segundo algumas estimativas, em comparação com cerca de 2,5% no final do governo de Joe Biden.

((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))

REUTERS FC

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