Investing.com — A mais recente rodada de tarifas "recíprocas" do governo Trump marca um afastamento significativo das expectativas e introduz riscos consideráveis para o crescimento dos EUA e global, segundo economistas do Morgan Stanley (NYSE:MS).
Michael Gapen, economista-chefe do banco para os EUA, afirmou que o escopo e a escala das novas tarifas excederam as previsões anteriores, com uma taxa tarifária efetiva que poderia chegar a 22% — níveis não vistos desde a era Smoot-Hawley.
"As tarifas serão muito mais altas e mais amplas do que o previsto", escreveu Gapen, alertando que a medida reverte décadas de liberalização do comércio global.
O governo impôs uma estrutura de dois níveis: uma tarifa base de 10% sobre todas as importações e aumentos específicos por país, com a China enfrentando uma taxa efetiva de 54%.
Isso representa uma escalada acentuada em relação à linha de base anterior do Morgan Stanley, que previa tarifas de 40% para a China no início do próximo ano e medidas mais limitadas em outros lugares.
Enquanto a Casa Branca argumenta que as tarifas reequilibrarão o comércio e reindustrializarão a economia americana, o Morgan Stanley permanece cético.
"Consideramos improvável que as tarifas reorganizem a estrutura da economia dos EUA da maneira que o governo deseja", acrescentou, citando desequilíbrios estruturais como o déficit federal persistente e a baixa poupança nacional.
Os riscos, alerta o banco, estão ainda mais inclinados para o lado negativo.
"Tarifas amplas neste nível, se mantidas, aumentam materialmente a probabilidade de uma recessão na economia dos EUA (e global)", escreveu Gapen.
O impacto de curto prazo inclui uma possível desaceleração nos investimentos empresariais e contratações, junto com efeitos adversos sobre a riqueza para consumidores de alta renda se os mercados de ações corrigirem drasticamente.
Os riscos de inflação também estão aumentando. O Morgan Stanley espera que o núcleo do PCE acelere numa base trimestral até o 3º tri, com potencial para um aumento "material" nas taxas anuais.
Finalmente, Gapen disse que o protecionismo introduz um arrasto "induzido pela incerteza" na atividade econômica.
"O espaço entre uma perspectiva básica de crescimento lento e uma desaceleração liderada pelo consumo está ficando mais estreito a cada dia", afirmou.
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