Investing.com — Na quinta-feira, o Jefferies divulgou um relatório avaliando o impacto dos recentes anúncios de tarifas dos EUA sobre o Canadá. A análise sugere que, embora a situação continue desafiadora com as tarifas existentes e os riscos de recessão global, o Canadá se saiu melhor do que o esperado após as declarações do "Dia da Libertação" do presidente Donald Trump.
O analista do Jefferies, John Aiken, destacou que o Canadá evitou algumas das consequências mais severas das novas tarifas "recíprocas", particularmente aquelas relacionadas ao acordo comercial USMCA. Este resultado foi inesperado e mais bem-vindo do que o plano original de tarifa de 25% do presidente Trump.
O analista observou que, embora as tarifas sobre aço, alumínio e produtos automotivos estejam programadas para prosseguir, os efeitos inflacionários diretos e secundários antecipados das contramedidas canadenses foram mitigados. Aiken afirmou: "Acreditamos que a última rodada de tarifas automotivas dos EUA que serão aplicadas contra o Canadá, bem como as tarifas de aço e alumínio, permanecerão em vigor no futuro próximo."
Aiken enfatizou especificamente o impacto das tarifas automotivas, já que o setor emprega quase 500.000 trabalhadores e a manufatura contribui com 10% para a economia do Canadá. Ele manteve que "o Canadá está lutando uma guerra comercial que simplesmente não pode vencer."
O dólar canadense se fortaleceu com a notícia de que o Canadá, junto com o México, estaria amplamente isento das novas tarifas. Isso proporcionou um impulso temporário ao sentimento do mercado. No entanto, o relatório pede cautela, observando que a situação poderia mudar devido à volatilidade da política comercial do governo Trump.
O analista apontou que o acordo comercial USMCA está programado para renegociação em julho de 2026, um ponto que tanto o primeiro-ministro Mark Carney quanto o rival eleitoral Pierre Poilievre enfatizaram fortemente. Aiken concordou que o Canadá ainda precisará abrir negociações sobre o acordo comercial, acrescentando posteriormente que, no contexto do efeito das exportações sobre o PIB, "o Canadá precisa mais dos EUA do que os EUA precisam do Canadá."
Apesar das notícias relativamente positivas, a perspectiva econômica mais ampla para o Canadá permanece cautelosa. O analista acredita que as tarifas americanas em curso e potenciais medidas retaliatórias continuarão a restringir o crescimento econômico global, do qual o Canadá não pode escapar. "O Canadá não é uma ilha e será negativamente impactado pelos ventos contrários globais", disse ele.
No lado do consumidor, Aiken não espera que a ausência de tarifas adicionais mude significativamente os gastos das famílias canadenses no curto prazo.
Em termos de política monetária, Aiken vê o Banco do Canadá pausando seus aumentos nas taxas de juros. Dadas as circunstâncias menos graves e o desejo de reservar ferramentas de política caso as tensões comerciais piorem, espera-se que a taxa overnight permaneça inalterada por enquanto.
O Banco do Canadá cortou as taxas de juros duas vezes até agora em 2025: 25 pontos base em janeiro e 25 pontos base em março. A taxa de empréstimo atualmente está em 2,75%, com expectativas gerais de que será reduzida para 2,25% até o final do ano.
Finalmente, o relatório especula que, se a atual situação comercial permanecer estável, isso poderia ter implicações políticas para o Canadá. Se as discussões anteriores do primeiro-ministro Mark Carney com o presidente Trump tiverem influenciado o resultado favorável para o Canadá, isso poderia potencialmente impulsionar a posição do Partido Liberal nas próximas pesquisas antes da eleição de 28 de abril.
Carney ganhou apoio considerável desde que os anúncios de tarifas de Trump começaram em 20 de janeiro. No entanto, com mais eventos de campanha pela frente, o impacto total na eleição ainda está para ser visto. Atualmente, o Poll Tracker da CBC mostra o atual primeiro-ministro superando o líder do Partido Conservador, Pierre Poilievre, por quase 6% dos votos.
Embora o Canadá possa respirar um leve suspiro de alívio, o Jefferies adverte que a volatilidade dos EUA, as tarifas em curso sobre automóveis, aço e alumínio, e o crescimento econômico global restrito podem servir como grandes obstáculos para o país no futuro.
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