Investing.com — À medida que as ações do setor automotivo se recuperam nesta segunda-feira após uma queda induzida por tarifas na semana passada, o RBC destaca o potencial impacto das tarifas do presidente Donald Trump em uma indústria que dependeu de décadas de integração transfronteiriça.
"Essas tarifas podem ter ramificações amplas devido às conexões em múltiplas camadas da cadeia de suprimentos do setor automotivo norte-americano", afirmaram analistas do RBC em uma nota após o anúncio da administração Trump de impor tarifas de 25% sobre todos os carros não fabricados nos Estados Unidos.
Ações de montadoras, incluindo Ford Motor Company (NYSE:F) e General Motors Company (NYSE:GM), tentaram se recuperar de uma queda na semana passada, enquanto a Stellantis NV (BIT:STLAM) permaneceu sob pressão.
As tarifas de 25% sobre automóveis e peças importados, que devem entrar em vigor em 3 de abril, provavelmente irão perturbar uma indústria que dependeu de décadas de integração transfronteiriça.
O Pacto de Autopeças EUA-Canadá dos anos 1960 e a isenção de tarifas para o México nos anos 1980 abriram caminho para cadeias de suprimentos altamente integradas, impulsionando a especialização e os volumes de produção em toda a América do Norte.
Embora as tarifas ameacem desfazer essa profunda integração que reduziu os custos de veículos para os consumidores e forneceu ao setor força competitiva global, há um ponto positivo de curto prazo em meio aos obstáculos amplamente esperados, disseram os analistas.
As tarifas provavelmente aumentarão os preços ao consumidor tanto para veículos novos quanto usados. O RBC estima que os produtores podem enfrentar custos adicionais de US$ 3.000 a US$ 6.000 por veículo, dependendo do conteúdo estrangeiro, grande parte dos quais poderá ser repassada aos consumidores. Espera-se que esse aumento de preço apareça nos dados do IPC por pelo menos 12 meses e possa levar os compradores a optarem por veículos usados como alternativa mais barata, elevando ainda mais os preços nesse segmento.
"Automóveis e peças representam pouco menos de 7% da cesta do IPC geral e 9% da cesta principal, portanto, quaisquer aumentos significativos de preços para os consumidores aparecerão nas medidas mais amplas", disseram os analistas.
Embora a administração tenha promovido tarifas como uma forma de repatriar empregos, o RBC alerta que a demanda mais fraca por veículos novos — devido aos preços mais altos — pode levar a cortes na produção e demissões no setor. Consumidores de renda média e baixa podem manter seus veículos atuais por mais tempo ou optar por carros usados, enquanto tarifas recíprocas poderiam enfraquecer a demanda por exportações americanas no exterior.
O RBC também levanta preocupações sobre a viabilidade de relocalizar a produção a longo prazo. Restrições na oferta de mão de obra, incluindo uma população envelhecida, imigração mais fraca e incompatibilidades de habilidades, podem pesar fortemente nos esforços para trazer mais fábricas de volta ao solo americano.
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