Investing.com — Os principais índices futuros das ações dos Estados Unidos operam em queda nesta sexta-feira, após a forte volatilidade registrada no pregão anterior.
Os papéis da FedEx (NYSE:FDX) e da Nike (NYSE:NKE) recuam no horário estendido de negociação, enquanto os investidores avaliam as perspectivas financeiras da empresa de logística e da gigante de artigos esportivos.
Ainda no cenário corporativo, o volume de trocas de veículos da Tesla (NASDAQ:TSLA) caminha para um novo recorde neste mês, em meio a críticas cada vez maiores à atuação do CEO, Elon Musk, em iniciativas vinculadas à gestão do presidente Donald Trump.
No Brasil, o Congresso aprovou o orçamento de 2015, com previsão de superávit de R$ 15 bilhões e mais de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares.
Os índices futuros das bolsas americanas recuam nesta manhã, refletindo o movimento da véspera em Wall Street.
Às 8 h de Brasília, o Dow Jones cedia 0,27%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq caíam, respectivamente, 0,29% e 0,39% no mercado futuro.
CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street
Os principais benchmarks do mercado americano encerraram o dia anterior em leve baixa, com investidores pesando os próximos passos do Federal Reserve em um cenário ainda pressionado por incertezas tarifárias e dados macroeconômicos recentes.
A decisão da União Europeia de postergar tarifas retaliatórias sobre o uísque americano elevou a expectativa de avanços no diálogo comercial entre Bruxelas e Washington. Segundo comunicado oficial, o adiamento permitirá um espaço adicional para negociações com os EUA.
Já a equipe da Vital Knowledge observou que "a volatilidade das ações foi desproporcional ao volume de notícias, sem eventos que realmente alterassem os fundamentos ou trouxessem novidades relevantes."
Entre os destaques corporativos, os papéis da Accenture (NYSE:ACN) apresentaram a maior desvalorização percentual diária em doze meses. Executivos da consultoria indicaram que os cortes orçamentários do governo americano têm afetado as operações da empresa, em um ambiente marcado por maior imprevisibilidade nas últimas semanas.
As ações da FedEx registraram queda no pós-mercado, após a companhia revisar para baixo suas projeções de lucro e receita para o exercício fiscal.
O CFO John Dietrich atribuiu a revisão à "fraqueza persistente e à incerteza que afetam a economia industrial dos EUA", impactando negativamente a demanda por serviços B2B da empresa.
As declarações foram feitas em um momento de crescente preocupação com a trajetória do setor industrial, que compreende companhias voltadas à produção de bens intermediários — segmento que representa parcela relevante da clientela da FedEx. O CEO Raj Subramaniam afirmou que o cenário atual permanece “altamente desafiador”, com pressão adicional de uma temporada de picos encurtada e eventos climáticos adversos.
A nova faixa de lucro ajustado por ação para o ano fiscal que termina em maio de 2025 foi rebaixada para US$ 18 a US$ 18,60, ante a estimativa anterior de US$ 19 a US$ 20 — que já havia sido reduzida a partir da previsão inicial de US$ 20 a US$ 22.
A projeção de receita da empresa, sediada em Memphis, aponta agora para estabilidade ou leve retração na comparação anual, substituindo a expectativa anterior de manutenção dos níveis do exercício passado.
A previsão de receita da Nike para o quarto trimestre fiscal ficou abaixo das estimativas de mercado, levando a uma queda superior a 4% nas ações durante o after-hours.
O CFO Matthew Friend antecipou aos investidores que as vendas devem apresentar retração de dois dígitos médios no período. De acordo com a LSEG, analistas consultados pela Reuters projetavam uma queda de 12,22%, para US$ 11,07 bilhões.
Friend também mencionou que a liquidação de estoques remanescentes por meio de descontos em produtos antigos pode pressionar os resultados do trimestre.
Essas declarações apagaram os ganhos iniciais registrados após o fechamento do mercado, que refletiam o desempenho acima do esperado no terceiro trimestre. A demanda recente foi favorecida pela recepção positiva dos consumidores a novos lançamentos de calçados — estratégia central do novo CEO, Elliott Hill, para reverter os resultados abaixo do esperado da fabricante do Air Jordan.
Segundo reportagem da Reuters publicada na quinta-feira, o volume de trocas envolvendo veículos elétricos da Tesla pode atingir patamar recorde neste mês, com base em dados da plataforma Edmunds.
Modelos da Tesla de 2017 em diante corresponderam a 1,4% de todas as trocas registradas até 15 de março, frente a 0,4% no mesmo período do ano anterior. A Edmunds acredita que esse percentual deve aumentar na segunda metade do mês.
Em fevereiro, os modelos da empresa representaram 1,2% das trocas realizadas.
O relatório foi divulgado em meio a uma onda de críticas ao envolvimento de Elon Musk na chamada administração Trump, especificamente como responsável pelo recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). A iniciativa já resultou na eliminação de cargos federais e cancelamentos contratuais, gerando protestos nos EUA.
Nas redes sociais, usuários em países como Estados Unidos e membros da União Europeia manifestaram intenção de se desfazer de veículos da Tesla em repúdio à participação de Musk no governo.
O Congresso Nacional aprovou o orçamento da União para 2025, com previsão de superávit primário de R$ 15 bilhões. Esse resultado só foi possível graças à exclusão de R$ 44 bilhões em precatórios do teto de gastos, conforme autorizado pelo Supremo Tribunal Federal. Sem essa decisão, o resultado fiscal seria negativo.
Entre os programas sociais, o Minha Casa, Minha Vida receberá R$ 18,1 bilhões voltados à faixa 3, que atende famílias com renda entre R$ 4.700,01 e R$ 8.000. O Vale-Gás contará com R$ 3,6 bilhões, após ajustes do governo em relação à proposta inicial. Já o programa Pé-de-Meia teve R$ 1 bilhão reservado, mas há compromisso do Executivo de suplementar o valor ao longo do ano.
Outros programas essenciais também tiveram dotação reforçada. O Farmácia Popular contará com R$ 4,2 bilhões, mesmo valor destinado às bolsas da Capes. O orçamento do Bolsa Família foi fechado em R$ 160 bilhões, após redução de R$ 7,8 bilhões durante as negociações.
O piso de investimentos públicos foi estabelecido em R$ 89,4 bilhões, acima da proposta original. O aumento decorre da regra que atrela o valor mínimo a 0,6% do PIB estimado, atualmente projetado em R$ 12,4 trilhões. O objetivo é preservar a capacidade de investimento federal, mesmo sob o novo regime fiscal.
O Novo PAC foi contemplado com R$ 60 bilhões e ganhou autorização para reorganizar até 25% das despesas discricionárias alocadas no programa, o que amplia a margem de manobra para execução de projetos prioritários de infraestrutura e logística.
As emendas parlamentares somaram R$ 50,3 bilhões. Para viabilizar a votação do texto, o governo firmou acordos com lideranças do Congresso, incluindo o compromisso de liberar R$ 360 milhões em emendas até 15 de abril para membros da Comissão Mista de Orçamento.
O governo conseguiu ainda ampliar a margem de remanejamento de verbas discricionárias de 10% para 30%. Essa mudança permitirá à gestão federal redistribuir até R$ 30 bilhões dentro do Orçamento sem necessidade de nova autorização legislativa, conferindo mais flexibilidade na execução orçamentária ao longo do ano.
No balanços corporativos, as atenções se voltam aos números de empresas que divulgaram balanços entre ontem e hoje, como Brava Energia (BVMF:BRAV3), Cyrela (BVMF:CYRE3), Petz (BVMF:PETZ3), Hypera (BVMF:HYPE3), entre outras.