Em janeiro de 2025, o volume de serviços no Brasil registrou uma queda de 0,2% em comparação ao mês anterior, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este recuo foi maior do que a expectativa de 0,1% prevista por uma pesquisa da Reuters, e ocorreu em meio a uma política monetária restritiva que está desacelerando a atividade econômica. Em comparação com janeiro de 2024, houve um crescimento de 1,6%, que também ficou abaixo da previsão de 1,9%.
Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE, destacou que, após atingir o pico de sua série histórica em outubro de 2024, o setor de serviços enfrentou duas taxas negativas e uma estabilidade nos últimos três meses, resultando em uma perda acumulada de 1,1%. Essa fraqueza é atribuída à alta base de comparação.
O setor de serviços, responsável por 70% do PIB brasileiro, teve um crescimento de 3,7% em 2024, mas começou a perder força no final do ano, juntamente com a economia como um todo, devido à elevação da taxa básica de juros que impacta o crédito. Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% ao ano, com o Banco Central sinalizando um novo aumento de 1 ponto percentual.
O economista sênior do Inter, André Valério, comentou que os dados de janeiro indicam uma acomodação no ritmo da atividade econômica brasileira, com uma piora notável tanto nos serviços relacionados à demanda quanto à oferta, refletindo um menor consumo.
O IBGE destacou uma queda de 1,8% nos serviços de transporte, com perdas significativas nos segmentos dutoviário, aéreo, rodoviário coletivo de passageiros, ferroviário de cargas e correio. Além disso, os serviços prestados às famílias e os profissionais, administrativos e complementares também apresentaram desempenhos negativos. Em contraste, os setores de informação e comunicação, e outros serviços registraram avanços de 2,3% cada.