Investing.com – Os índices futuros das ações dos EUA operavam perto da estabilidade nesta quinta-feira, antes da abertura das bolsas em Nova York, com os mercados avaliando os desdobramentos da política comercial do presidente Donald Trump, bem como os últimos dados de inflação.
O índice de preços ao produtor nos EUA para o mês de fevereiro será divulgado hoje, em meio a preocupações sobre o possível impacto das tarifas impostas por Trump na atividade econômica mais ampla.
Os investidores também acompanham uma reunião prevista entre autoridades do governo Trump e o primeiro-ministro da província de Ontário, no Canadá, em meio ao aprofundamento da disputa tarifária entre os dois países.
No Brasil, o governo federal solicita ao Congresso ajustes no orçamento para acomodar novas despesas.
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Os índices futuros das bolsas dos EUA oscilavam entre perdas e ganhos no início desta manhã, com investidores atentos aos planos tarifários de Trump e à divulgação dos dados mais recentes sobre a inflação ao produtor no país.
Às 7h50 de Brasília, o S&P 500 subia 0,01%, enquanto o Nasdaq 100 e o Dow avançavam 0,02% e 0,01%, respectivamente, no mercado futuro.
CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street
Na sessão de quarta-feira, os principais índices fecharam sem direção única. O S&P 500 e o Nasdaq 100, com forte presença de empresas do setor de tecnologia, encerraram o dia em alta, graças ao avanço das ações desse segmento. Por outro lado, o Dow Jones Industrial Average recuou após uma sessão volátil.
A divulgação de dados mais amenos sobre a inflação nos EUA ofereceu algum suporte aos mercados, mas o sentimento dos investidores seguiu cauteloso diante das incertezas sobre o impacto da agenda comercial de Trump na economia.
"Não surpreende que os dados de inflação de fevereiro tenham tido pouco impacto no mercado acionário dos EUA – provavelmente, o que fará diferença é maior clareza sobre a política comercial e sinais de resiliência econômica", afirmou James Reilly, economista sênior de mercados da Capital Economics.
Os mercados também aguardam nesta quinta-feira a divulgação do índice de preços ao produtor, que pode oferecer novos sinais sobre a trajetória da inflação nos EUA.
Analistas esperam que o índice do Departamento do Trabalho desacelere para 3,3% nos 12 meses encerrados em fevereiro, ante 3,5% no período anterior. Na comparação mensal, a projeção é de uma redução para 0,3%, após a leitura de 0,4% registrada anteriormente.
A publicação do indicador ocorre após a divulgação, na quarta-feira, de um dado separado que mostrou uma alta menor do que a prevista nos preços ao consumidor no mês passado, o que pode ser uma notícia favorável para Trump, que segue com seus planos de reformulação das relações comerciais dos EUA com parceiros e concorrentes. A expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve ainda este ano também ganhou algum fôlego.
Ainda assim, analistas alertam que os desdobramentos das tarifas comerciais de Trump podem gerar novas pressões inflacionárias nos próximos meses, colocando em risco o crescimento econômico.
"Os investidores sabem que a qualquer momento pode surgir uma nova reviravolta no cenário comercial", apontaram analistas da Vital Knowledge em relatório a clientes.
O próximo capítulo da disputa tarifária pode ocorrer nesta quinta-feira, quando o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, devem se reunir com Doug Ford (NYSE:F), primeiro-ministro da província canadense de Ontário.
Ford afirmou que o encontro abordará a renovação do acordo comercial entre Estados Unidos, México e Canadá, assinado durante o primeiro mandato de Trump.
A reunião acontece logo após os EUA implementarem novas tarifas de 25% sobre aço e alumínio, na quarta-feira.
Em resposta, o Canadá – maior fornecedor dessas commodities para os EUA – anunciou tarifas retaliatórias sobre US$ 29,8 bilhões em bens americanos. O governo canadense já havia aplicado medidas semelhantes em resposta a tarifas anteriores impostas por Trump.
Nesta semana, Ford se tornou alvo de críticas de Trump após anunciar uma sobretaxa de 25% sobre a eletricidade exportada de Ontário para os EUA. Contudo, após conversas com Lutnick e uma ameaça de Trump de dobrar as tarifas sobre aço e alumínio canadenses para 50%, Ford suspendeu temporariamente a medida.
As ações da Intel (BVMF:ITLC34) (NASDAQ:INTC) subiram nas negociações após o fechamento do mercado, com o anúncio da nomeação de Lip-Bu Tan como seu novo CEO.
Ele substituirá os co-CEOs interinos David Zinsner e Michelle Johnston Holthaus. Zinsner continuará no cargo de CFO, enquanto Holthaus seguirá como CEO da divisão Intel Products.
A mudança, que entra em vigor em 18 de março, ocorre três meses após a saída do ex-CEO, Pat Gelsinger, que liderou uma tentativa custosa – mas sem o sucesso esperado – de reestruturação da companhia.
Em carta aos funcionários, Tan afirmou que pretende trabalhar para restaurar a posição da Intel como uma empresa referência em produtos de alta qualidade e fortalecer a divisão de semicondutores da companhia.
Analistas da Stifel avaliaram a nomeação como uma escolha positiva para o longo prazo, mas alertaram que a Intel ainda enfrenta um processo complexo de transição para se alinhar ao mercado de semicondutores impulsionado pela inteligência artificial.
O bitcoin operava sem grandes oscilações nesta quinta-feira, estabilizando-se após recentes quedas, com leve melhora no sentimento do mercado após a divulgação de dados mais brandos sobre a inflação ao consumidor nos EUA.
No entanto, os ganhos da criptomoeda e do setor cripto como um todo permaneceram limitados, já que a aversão ao risco continua elevada devido às tensões comerciais e aos receios de uma possível recessão.
O maior ativo digital do mundo chegou a cair abaixo de US$ 80.000 no início do mês, em meio a um movimento generalizado de fuga de risco. Além disso, os planos de Trump para uma reserva de bitcoin não empolgaram os investidores. Ainda assim, compras de oportunidade e a expectativa de regulamentações mais favoráveis ajudaram a sustentar uma leve recuperação.
O bitcoin subia 0,1%, sendo negociado a US$ 82.760,3.
CONFIRA: Cotação das principais criptomoedas
O governo federal solicitou ao Congresso ajustes no orçamento, a fim de acomodar novas despesas, incluindo R$ 3 bilhões adicionais para o Auxílio-Gás e um aumento de R$ 8 bilhões em gastos previdenciários, reduzindo, em contrapartida, R$ 7,7 bilhões do Bolsa Família.
Além disso, o Ministério do Planejamento não incluiu no ajuste os recursos do Pé-de-Meia, mas solicitou que o programa possa ser suplementado após a aprovação do orçamento, enquanto o TCU liberou R$ 6 bilhões bloqueados, exigindo adequação às regras fiscais em 120 dias.
Também foi solicitado um acréscimo de R$ 678 milhões para o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e R$ 3 bilhões para ações climáticas do Fundo Social.
Para compensar esses gastos, além do corte no Bolsa Família, houve redução de R$ 4,8 bilhões em projetos de escolas em tempo integral, um programa que inicialmente era prioridade do governo.
Paralelamente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que a tarifa de 25% dos EUA sobre o aço e alumínio afetará pouco a economia brasileira, com exceção, evidentemente, do setor siderúrgico, reduzindo exportações em 11,27% e a produção em 2,19%, com perdas de US$ 1,5 bilhão. Os EUA são o principal destino do aço brasileiro.
Os investidores também repercutirão hoje os números do último trimestre de Cogna (BVMF:COGN3), Tenda (BVMF:TEND3) e SLC Agrícola.
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