Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quinta-feira

Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo

Investing.com - Os principais índices futuros de ações dos EUA apontavam para uma abertura em queda das bolsas em Nova York nesta quinta-feira, com os investidores avaliando a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.

Os mercados também estão se preparando para a divulgação dos números trimestrais do Walmart, que podem fornecer uma nova visão sobre a saúde do consumidor dos EUA.

Na Europa, as ações da Mercedes Benz caem, uma vez que a montadora alemã está de olho em uma iniciativa de corte de custos e apresenta uma perspectiva financeira pessimista para o ano corrente.

No Brasil, a Vale registra prejuízo no quarto trimestre, contrariando expectativas de analistas.

Confira a seguir mais detalhes sobre os assuntos mais importantes desta manhã!

1. Futuros em baixa em repercussão à ata do Fed

Os futuros das ações dos EUA caíram na quinta-feira, com os investidores aguardando os lucros cruciais do grande varejista Walmart (NYSE:WMT) e digerindo as atas da última reunião de política do Federal Reserve.

Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros havia caído 0,15, o S&P 500 futuros perdia 0,19%, e o Nasdaq 100 futuros recuava 0,22%.

As principais médias de Wall Street terminaram em alta na quarta-feira, com o índice de referência S&P 500, em particular, registrando tanto um recorde histórico quanto um recorde de fechamento. Juntamente com a ata do Fed (mais abaixo), as últimas ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, e a perspectiva de um possível acordo para interromper a guerra na Ucrânia estavam girando em torno dos mercados.

Em ações individuais, a Analog Devices (NASDAQ:ADI) subiu 9,7% depois que a empresa de semicondutores apresentou resultados do primeiro trimestre melhores do que o esperado e uma perspectiva financeira otimista.

Enquanto isso, as ações da Nikola (NASDAQ:NKLA) caíram 39,1%, depois que a fabricante de caminhões elétricos anunciou que havia entrado com pedido de proteção contra falência, nos termos do Chapter 11. O grupo Celanese (NYSE:CE) também caiu drasticamente devido a um prejuízo trimestral.

O Federal Reserve sinalizou preocupações de que as ações políticas de Trump poderiam reabastecer o crescimento dos preços nos EUA, de acordo com a ata da última reunião do banco central.

Na reunião de 28 e 29 de janeiro, os definidores de taxas do Fed deixaram os custos dos empréstimos inalterados em uma faixa de 4,25% a 4,5%, citando em parte os temores sobre o impacto inflacionário dos planos de Trump de implementar tarifas abrangentes e reprimir os fluxos migratórios para os EUA.

As autoridades levantaram preocupações em relação aos possíveis "riscos de alta" para a inflação, que atualmente se mantém acima do nível da meta de 2% do Fed, segundo a ata divulgada na quarta-feira.

"Os participantes citaram os possíveis efeitos de possíveis mudanças na política comercial e de imigração, a possibilidade de que os acontecimentos geopolíticos perturbem as cadeias de suprimentos ou gastos das famílias mais fortes do que o esperado", disse a ata.

O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse posteriormente ao Yahoo Finance que muitas empresas indicaram que repassariam os custos das tarifas de importação de Trump aos consumidores, embora não tenham certeza de como os clientes reagirão.

2. Lucros do Walmart à frente

O Walmart deve divulgar seus lucros antes do sino de abertura em Wall Street, em um dos relatórios trimestrais mais aguardados da semana.

Os analistas estão especialmente interessados em saber como a cadeia onipresente que oferece tudo, desde produtos de varejo até mantimentos, vê o estado do consumidor dos EUA durante os primeiros meses de 2025.

Os dados econômicos mostraram um declínio nas vendas mensais no varejo, enquanto uma recente pesquisa de sentimento do consumidor para fevereiro caiu inesperadamente. Os números, juntamente com uma leitura de inflação mais alta do que o esperado para janeiro, sugeriram que os compradores podem estar cautelosos quanto ao impacto que as medidas políticas de Trump podem estar tendo sobre seu poder de compra.

O Walmart, sediado em Arkansas, deve apresentar um lucro ajustado por ação de US$ 0,65 no quarto trimestre, bem como uma receita de US$ 180,21 bilhões, de acordo com as estimativas de consenso da Bloomberg.

Espera-se também que o grupo apresente um lucro ajustado por ação de US$ 0,65 no trimestre atual e de US$ 2,77 no ano fiscal de 2026.

3. Balanço da Mercedes-Benz

As ações da Mercedes-Benz caíram no início do pregão europeu de quinta-feira, depois que a gigante automobilística alemã delineou um plano para mudar suas operações na sequência de fracos retornos anuais.

A empresa disse que pressionaria para cortar mais custos para ajudar a aumentar as vendas e as margens após uma redução de 40% no lucro de sua principal unidade de automóveis em 2024. A forte concorrência na China e a fraca demanda na Europa prejudicaram o desempenho da unidade.

Esses ventos contrários foram agravados pela crescente pressão de possíveis tarifas dos EUA. Na semana passada, Trump disse que pretende lançar novas tarifas sobre automóveis "em torno de 25%" já em 2 de abril, uma medida que o lobby automotivo da Alemanha criticou como uma "provocação".

Os impostos, juntamente com um iminente endurecimento dos padrões de emissões de carbono na Europa, contribuíram para uma perspectiva sombria para o ano corrente da Mercedes-Benz. Os ganhos anuais de todo o grupo estão sendo vistos como bem inferiores aos do ano anterior.

4. Ouro atinge recorde de alta por pouco tempo

Os preços do ouro subiram no comércio asiático na quinta-feira, atingindo brevemente um recorde de alta, já que a demanda por moedas portos-seguros foi um pouco sustentada pelas ameaças de Trump de impor mais tarifas comerciais.

Mas os ganhos do metal amarelo foram prejudicados por alguma resistência do dólar, após a percepção de sinais hawkish nas atas do Fed.

Em outros lugares, os preços do petróleo oscilaram em torno da linha plana, recuando de uma alta de quase uma semana na sessão anterior, depois que um relatório do setor sugeriu um aumento nos estoques de petróleo.

5. Vale reporta prejuízo no quarto trimestre

A Vale (BVMF:VALE3) apresentou um prejuízo líquido atribuído a acionistas de US$694 milhões no quarto trimestre de 2024, revertendo parcialmente lucro de US$2,4 bilhões de um ano antes. O prejuízo ocorreu diante do reconhecimento da redução ao valor recuperável de US$ 1,4 bilhão referente às operações de níquel de Thompson e de US$ 540 milhões relacionados ao projeto de Extensão da Mina de Voisey’s Bay, informou a empresa no release de resultados.

O Ebitda proforma somou US$4,1 bilhões, queda anual de 40%, diante de menores preços de minério de ferro. Segundo a empresa, no entanto, todos os guidances foram atingidos.

A companhia ainda cortou a projeção de investimentos para 2025 de US$6,5 bilhões para US$5,9 bi e anunciou programa de recompra de ações.

“Começamos 2025 altamente otimistas sobre nossa capacidade de atingir nossas metas anuais e avançar com nossas prioridades estratégicas. Nosso portfólio robusto e flexível, abordagem disciplinada de alocação de capital e cultura de desempenho em evolução nos permitirão entregar valor a longo prazo a todos os nossos stakeholders”, disse em nota ao mercado o CEO Gustavo Pimenta.

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