WASHINGTON, 17 Jan (Reuters) - A construção de residências unifamiliares nos Estados Unidos aumentou de forma sólida em dezembro, mas ganhos adicionais foram limitados pelo aumento das taxas hipotecárias e pelo excesso de casas novas no mercado.
A construção de moradias unifamiliares, que representa a maior parte da construção de casas, aumentou 3,3%, atingindo uma taxa anual ajustada sazonalmente de 1,050 milhão de unidades no mês passado, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira.
Os dados de novembro foram revisados para cima e mostraram que a construção de casas aumentou para uma taxa de 1,016 milhão de unidades, em comparação com o ritmo relatado anteriormente de 1,011 milhão.
As taxas hipotecárias mais altas pesaram sobre a construção de casas, que vinha se beneficiando da escassez de moradias usadas à venda. As taxas hipotecárias subiram junto com os rendimentos dos Treasuries, que aumentaram devido à resiliência econômica e às preocupações dos investidores de que as políticas propostas pelo presidente eleito Donald Trump, incluindo cortes de impostos, tarifas mais altas sobre produtos importados e deportações em massa, podem estimular a inflação.
O Federal Reserve reduziu sua projeção de cortes na taxa de juros este ano para apenas dois, em comparação com os quatro previstos em setembro, quando iniciou seu ciclo de afrouxamento da política monetária. O banco central dos EUA reduziu sua taxa de juros de referência em 100 pontos-base, para a faixa de 4,25% a 4,50%.
A taxa média da hipoteca fixa de 30 anos subiu acima de 7% esta semana pela primeira vez desde maio, informou a agência de financiamento hipotecário Freddie Mac na quinta-feira.
As construtoras de casas comemoraram a vitória de Trump na eleição de 5 de novembro em meio à expectativa de um ambiente regulatório menos rigoroso. No entanto, economistas alertaram para o aumento dos preços dos materiais de construção e para a escassez de trabalhadores nos canteiros de obras se o novo governo prosseguir com suas políticas de imigração e comércio.
Há um excesso de oferta de casas novas não vendidas, com o estoque em níveis vistos pela última vez no final de 2007.
(Reportagem de Lucia Mutikani)
((Tradução Redação São Paulo))
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