TREASURIES-Rendimento da nota de 10 anos atinge pico desde abril com temores sobre inflação

Por Karen Brettell

NOVA YORK, 8 Jan (Reuters) - Os rendimentos da nota de referência de dez anos atingiram o maior nível em oito meses nesta quarta-feira, devido a preocupações de que as políticas introduzidas pelo governo de Donald Trump poderiam reacender a inflação além de impulsionar o crescimento, levando a menos cortes nos juros do Federal Reserve.

Uma reportagem da CNN informou mais cedo que Trump está considerando declarar emergência econômica nacional como forma de obter uma justificativa legal para uma série de tarifas de importação sobre aliados e adversários, o que aumentou as preocupações com a inflação.

"Com a chegada do novo governo, há algum receio potencial de que a inflação aumente no primeiro trimestre", disse Michael Lorizio, chefe de negociação de taxas dos EUA na Manulife Investment Management.

Sob Trump, há também incertezas consideráveis sobre quais políticas exatamente serão implementadas pelo novo governo e qual o impacto econômico que elas terão, o que está deixando investidores cautelosos em relação à compra de dívidas com prazos mais longos, disse Lorizio.

Os rendimentos das notas de dois anos, que são mais sensíveis à taxa de juros, US2YT=RR caíam 1 ponto-base no dia, para 4,285%.

Os retornos do Treasury de referência de dez anos US10YT=RR subiam 0,8 ponto-base, para 4,693%, e atingiram o pico de 4,73%, o maior patamar desde 25 de abril.

A diferença entre os rendimento das notas de dois e dez anos US2US10=TWEB se inclinava 1 ponto-base para 40,2 pontos-base e anteriormente atingiu 42,9 pontos-base, a maior inclinação desde maio de 2022.

Os yields do título de 30 anos US30YT=RR ganhavam 2,1 pontos-base, para 4,933%, e atingiram 4,968%, o maior nível desde novembro de 2023.

A ata da reunião de dezembro do Fed, divulgada nesta quarta-feira, mostrou que as autoridades do Fed concordaram que a inflação provavelmente continuará a desacelerar este ano, mas também viram um risco crescente de que as pressões sobre os preços possam permanecer rígidas, conforme os formuladores de política monetária começaram a lutar com o impacto das políticas esperadas do novo governo Trump.

((Tradução Redação Brasília))

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