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Por Howard Schneider
WASHINGTON, 8 Jan (Reuters) - As autoridades do Federal Reserve concordaram que é provável que a inflação continue a desacelerar este ano, mas também viram um risco crescente de que as pressões sobre os preços permaneçam rígidas, conforme começaram a deliberar sobre o impacto das políticas esperadas do novo governo Trump, mostrou a ata da reunião de 17 e 18 de dezembro do banco central dos Estados Unidos divulgada nesta quarta-feira.
"Os participantes esperam que a inflação continue a se mover em direção a 2%, embora tenham observado que as recentes leituras mais altas do que o esperado sobre a inflação e os efeitos de possíveis mudanças na política comercial e de imigração sugerem que o processo possa levar mais tempo do que o previsto anteriormente", disse a ata sobre as discussões em torno da decisão do Fed no mês passado de cortar sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual.
"Vários observaram que o processo desinflacionário pode ter estagnado temporariamente ou observaram o risco de que isso possa acontecer."
A ata descreveu o corte da taxa básica de dezembro pelo Comitê Federal de Mercado Aberto, que define a política monetária, como "bem equilibrado", com alguns participantes destacando os "méritos" de não reduzir os custos dos empréstimos à luz do que alguns consideram uma estagnação do progresso na redução da inflação.
Dada a incerteza à frente e o total de 1 ponto percentual das reduções já feitas na taxa básica de juros em 2024, "os participantes indicaram que o Comitê está no ponto ou próximo do ponto em que será apropriado diminuir o ritmo da flexibilização da política monetária", disse a ata. "A maioria dos participantes observou que (...) o Comitê pode adotar uma abordagem cuidadosa ao considerar" novos cortes.
A ata mostrou as autoridades enfrentando um repentino emaranhado de novas influências em uma economia que começa o ano com desemprego relativamente baixo, crescimento forte e inflação que permanece acima da meta de 2% do Fed, mas que deve diminuir.
A equipe do Fed "ressaltou a dificuldade" de prever o que está por vir em um governo que prometeu deportar imigrantes sem documentos, restringir fronteiras e aumentar impostos sobre produtos importados -- mas disse que isso poderia levar a um crescimento mais lento e a um aumento do desemprego.
"Depois de incorporar os dados recentes e as premissas preliminares sobre possíveis mudanças nas políticas, o crescimento real do Produto Interno Bruto foi projetado para ser um pouco menor do que na previsão base anterior, e a taxa de desemprego deverá ser um pouco mais alta", diz a ata sobre as avaliações da equipe sobre as políticas que o retorno do presidente eleito Donald Trump ao poder em 20 de janeiro pode trazer.
Além de tarifas mais altas, relações comerciais voláteis e regras rígidas de imigração, Trump também prometeu regulamentações mais flexíveis para as empresas e cortes de impostos.
As autoridades dizem que levará tempo para determinar o impacto líquido dessas políticas sobre o crescimento, o emprego e a inflação.
Espera-se que o Fed mantenha sua taxa de juros estável na faixa atual de 4,25% a 4,50% em sua reunião de 28 e 29 de janeiro.
((Tradução Redação Brasília))
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