Reescreve por completo, acrescenta contexto, detalhes sobre a posição de Trump, relacionamento com o Japão, perspectiva para a US Steel, muda o título
4 Jan (Reuters) - O presidente dos EUA, Joe Biden, bloqueou a proposta de compra da US Steel XN pela Nippon Steel 5401.T por US$ 14,9 bilhões, citando preocupações com a segurança nacional, em um golpe potencialmente fatal ao acordo após uma revisão de um ano.
Biden, o presidente eleito Donald Trump e um sindicato influente (link) opôs-se ao esforço pela maior siderúrgica do Japão para adquirir a icônica empresa norte-americana, o que teria criado a terceira maior siderúrgica do mundo, de acordo com dados da World Steel Association.
O caminho a seguir não está claro. As empresas podem processar o governo dos EUA, outro comprador pode entrar para a US Steel, ou os republicanos que favorecem o acordo podem insistir Trump para encontrar uma maneira de aprová-lo.
Aqui está o que pode vir a seguir:
O NEGÓCIO EM SI
O acordo proposto ainda não foi rescindido pelas empresas, mesmo depois de Biden ter bloqueado o acordo.
Em uma declaração conjunta, a Nippon e a US Steel chamaram a decisão de Biden de "ilegal"., "e a Nippon Steel pode entrar com uma ação judicial contra o governo dos EUA contestando os procedimentos por trás da decisão, informou o jornal econômico japonês Nikkei no sábado.
David Burritt, presidente-executivo da US Steel, disse na sexta-feira que "pretendemos combater a corrupção política do presidente Biden".
Alguns advogados, como Nick Wall, sócio de fusões e aquisições da Allen & Overy, disseram que uma contestação legal seria difícil.
A Nippon Steel argumentou que fez inúmeras concessões, incluindo a oferta de mudar sua sede para Pittsburgh, para atender às demandas do CFIUS, o Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos, o painel que decide se as compras estrangeiras de empresas americanas devem prosseguir.
O CFIUS ficou dividido sobre a decisão e não fez nenhuma recomendação sobre o acordo.
"Se eles forem a tribunal, a maioria das decisões das várias agências do CFIUS serão tornadas públicas", disse Brett Lambert, ex-alto funcionário do Pentágono no governo de Barack Obama, citando a rara iniciativa de encaminhar uma decisão dividida ao presidente.
Se o acordo não for concretizado, a Nippon Steel terá que pagar uma taxa de rescisão de US$ 565 milhões (link).
O FUTURO DO AÇO DOS EUA
A US Steel, sediada em Pittsburgh, alertou que as usinas poderiam fechar e milhares de empregos estariam em risco sem o acordo. Os lucros da US Steel caíram por nove trimestres consecutivos em meio a uma desaceleração da indústria global, mas ela ainda ostenta uma relação preço/lucro futura de 12,87, mais cara do que as concorrentes dos EUA, de acordo com dados da LSEG.
O sindicato United Steelworkers, que se opôs ao acordo, classificou os alertas da empresa como infundados, dizendo na sexta-feira que está claro que o desempenho financeiro recente da US Steel mostra que ela "pode facilmente continuar sendo uma empresa forte e resiliente".
Outros pretendentes podem surgir. A Cleveland-Cliffs CLF.N, sediada nos EUA, que anteriormente fez uma oferta pela empresa, pode voltar com uma oferta menor. No entanto, seu valor de mercado agora é menor do que o da US Steel.
"Alguém poderia suspeitar que a Nucor NUE.N e a Cleveland Cliffs estariam em negociações com a US Steel, mas com base nas mensagens presidenciais, alguém poderia pensar que o governo dos EUA poderia ajudá-la e investir em sua infraestrutura", disse Jay Woods, estrategista-chefe global da Freedom Capital Markets.
POSIÇÃO DE TRUMP
Trump, que toma posse em 20 de janeiro, prometeu repetidamente bloquear a venda, uma visão que ele compartilhava com Biden.
"Sou totalmente contra a outrora grande e poderosa US Steel ser comprada por uma empresa estrangeira, neste caso a Nippon Steel do Japão", escreveu ele. (link) em sua plataforma Truth Social no mês passado. "Como presidente, vou bloquear esse acordo de acontecer. Cuidado, comprador!!!"
A equipe de transição de Trump não comentou na sexta-feira. No entanto, vários atuais e antigos ocupantes de cargos republicanos criticaram na sexta-feira a decisão de Biden, dizendo que custaria investimento nos EUA
RELAÇÕES EUA-JAPONÊS
Alguns analistas alertaram que bloquear o acordo poderia azedar as relações entre os Estados Unidos e o Japão, que Biden vinha trabalhando para melhorar para conter a ameaça da ascensão econômica e militar da China.
O Japão é o maior investidor dos EUA nos EUA e seu maior lobby empresarial levantou preocupações sobre pressão política no acordo, uma visão que a Casa Branca rejeitou.
"Isso nos ajudaria a reconstruir nossa competitividade e combater a China. Para fazer isso efetivamente, precisamos de nossos amigos, particularmente do Japão", escreveu Wendy Cutler, que atuou como negociadora comercial sênior no governo do ex-presidente Barack Obama, na plataforma de mídia social X.
A posição de Trump sobre comércio pode aumentar esse desconforto quando ele retornar ao cargo, já que ele já ameaçou impor tarifas pesadas aos principais aliados Canadá, México e Europa.
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