LONDRES, 7 Abr (Reuters) - Os preços do petróleo prolongaram as perdas, esta segunda-feira, caindo mais de 2%, com a escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China a alimentar os receios de uma recessão que poderá reduzir a procura de crude, enquanto que a OPEP+ prepara um aumento da oferta.
As referências Brent e WTI caíram para o seu nível mais baixo desde Abril de 2021.
Os futuros de Brent LCOc1 caíam 1,61 dólares, ou 2,5%, para os 63,97 dólares por barril às 1301 TMG, sendo que os futuros de petróleo West Texas Intermediate CLc1 caíam 1,64 dólares, ou 2,7%, para os 60,35 dólares.
O petróleo caiu 7% na sexta-feira, com a China a aumentar as tarifas sobre os produtos norte-americanos, escalando uma guerra comercial que levou os investidores a avaliar uma maior probabilidade de recessão. Na semana passada, o Brent e o WTI perderam 10,9% e 10,6%, respectivamente.
Esta segunda-feira, a Goldman Sachs previu uma probabilidade de 45% de recessão nos Estados Unidos nos próximos 12 meses e fez revisões em baixa das suas projecções de preços do petróleo. O Citi e o Morgan Stanley também reduziram as suas perspectivas para o Brent. A JPMorgan disse, na semana passada, que vê uma probabilidade de 60% de recessão nos Estados Unidos e a nível mundial.
No domingo, a Arábia Saudita anunciou cortes acentuados nos preços do crude para compradores asiáticos, baixando o preço em Maio para o nível mais baixo dos últimos quatro meses.
Em resposta às tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a China disse, na sexta-feira, que iria impor taxas adicionais de 34% sobre os produtos norte-americanos, confirmando os receios dos investidores de que uma guerra comercial global em toda a linha tenha começado.
As importações de petróleo, gás e produtos refinados foram isentas das novas tarifas de Trump, mas as políticas podem alimentar a inflação, abrandar o crescimento económico e intensificar as disputas comerciais, o que pode pesar sobre os preços do petróleo.
O Presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, disse, na sexta-feira, que as novas tarifas de Trump eram "maiores que as esperadas" e que as consequências económicas também o seriam.
A acrescentar à dinâmica descendente, o grupo OPEP+, que inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados, decidiu avançar com planos de aumento da produção. O grupo pretende agora colocar no mercado 411.000 barris por dia em Maio face aos 135.000 barris por dia anteriormente previstos.
No fim de semana, os ministros da OPEP+ sublinharam a necessidade de cumprir plenamente os objectivos de produção de petróleo e apelaram aos sobre-produtores para que apresentassem planos até 15 de Abril para compensar o excesso de bombagem.
A procura já parece mais fraca, com as importações de crude a abrandarem na Ásia no primeiro trimestre, segundo dados compilados pela LSEG Oil Research.
Texto integral em inglês: nL2N3QK084