PETRÓLEO-Preços estabilizam perto dos 75 dólares com mercado a ponderar tarifas e sanções

LONDRES, 1 Abr (Reuters) - Os preços do petróleo estabilizaram perto de máximos de cinco semanas, esta terça-feira, com as ameaças do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas secundárias sobre o petróleo russo e atacar o Irão, a contrariar os receios sobre o impacto de uma guerra comercial no crescimento global.

Os futuros do Brent LCOc1 caíam 0,06 dólares, ou 0,1%, para os 74,71 dólares por barril às 1208 TMG, após terem subido para mais de 75 dólares por barril antes na sessão. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate CLc1 caíram 0,05 dólares, ou 0,1%, para os 71,43 dólares.

Os contratos fixaram-se em máximos de cinco semanas um dia antes.

No domingo, Trump disse, à NBC News, que estava muito zangado com o Presidente russo, Vladimir Putin, e que iria impor tarifas secundárias de 25% a 50% aos compradores de petróleo russo se Moscovo tentasse bloquear os esforços para acabar com a guerra na Ucrânia.

A imposição de tarifas aos compradores de petróleo da Rússia, o segundo maior exportador de petróleo do mundo, perturbaria o abastecimento global e prejudicar os maiores clientes de Moscovo, a China e a Índia.

Trump também ameaçou o Irão com tarifas semelhantes e bombardeamentos se Teerão não chegasse a um acordo com a Casa Branca sobre o seu programa nuclear.

Em Março, uma sondagem da Reuters junto de 49 economistas e analistas previa que os preços do petróleo continuariam sob pressão este ano, devido às tarifas dos Estados Unidos e ao abrandamento económico na Índia e na China, enquanto que a OPEP+ aumentaria a oferta.

O abrandamento do crescimento global afectaria a procura de combustível, o que pode compensar qualquer redução da oferta devido às ameaças de Trump.

Os preços encontraram algum apoio após a Rússia ter ordenado que o principal terminal de exportação de petróleo do Cazaquistão fechasse dois dos seus três ancoradouros por entre um impasse entre Cazaquistão e OPEP+ - a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, mais os aliados liderados pela Rússia - sobre excesso de produção.

Como resultado, o Cazaquistão terá de começar a cortar a produção de petróleo, disseram duas fontes da indústria à Reuters. Outra fonte disse que os trabalhos de reparação no terminal do Caspian Pipeline Consortium demorarão mais de um mês.

O mercado estará atento à reunião do comité ministerial da OPEP+ de 5 de Abril para rever a política. Fontes disseram à Reuters que a OPEP+ está em vias de avançar com um aumento de produção de 135.000 barris por dia em Maio. A OPEP+ já tinha acordado um aumento de produção semelhante para Abril.

Entretanto, cinco analistas inquiridos pela Reuters estimaram, em média, que os inventários de crude dos Estados Unidos caíram cerca de 2,1 milhões de barris na semana até 28 de Março.

Texto integral em inglês: nL2N3QF043