Por Laurie Chen e Yimou Lee
PEQUIM/TAIPÉ, 27 Fev (Reuters) - O Ministério da Defesa da China disse nesta quinta-feira que os exercícios militares que alarmaram Taiwan ao largo de sua costa são "rotineiros" e que a ilha deveria parar de reclamar, já que Taipé relatou um aumento na atividade militar chinesa, embora sem exercícios de fogo real.
Taiwan, governada democraticamente e vista pela China como parte de seu próprio território, disse na quarta-feira que os militares chineses haviam estabelecido uma zona para exercícios de "tiro" na parte sudoeste do Estreito de Taiwan, ao largo das importantes áreas de Kaohsiung e Pingtung.
Taiwan condenou a ação como perigosa, provocativa e uma ameaça aos voos comerciais e à navegação, acrescentando que não foi avisado com antecedência.
Em uma coletiva de imprensa regular em Pequim, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian, disse que Taiwan está buscando atenção.
"Os comentários das autoridades relevantes de Taiwan sobre os exercícios de rotina do Exército de Libertação Popular são exagerados e exigimos que eles parem de fazer truques para chamar mais atenção", disse ele, sem entrar em detalhes.
Em sua atualização matinal diária das atividades militares chinesas nas últimas 24 horas, o Ministério da Defesa de Taiwan disse ter detectado 45 aeronaves militares chinesas e 14 navios da Marinha do país operando ao redor da ilha. Eles incluíam sete navios na zona de treinamento declarada pela China, a 40 milhas náuticas de Taiwan.
Em um mapa anexo, o ministério mostrou a localização da zona de treinamento, que, segundo ele, tinha 70 milhas náuticas de comprimento e 20 milhas náuticas de largura, embora bem fora das águas territoriais de Taiwan.
Taiwan não detectou, no entanto, nenhum disparo de fogo real na "zona de treinamento" da China e não houve nenhuma escalada adicional das tensões militares, disseram duas autoridades graduadas de Taiwan à Reuters sob condição de anonimato, dada a sensibilidade da situação.
Eles disseram que a ação chinesa foi muito semelhante a outras atividades militares recentes na região, como no Mar do Sul da China e na costa da Austrália, durante as quais a Marinha chinesa não avisou adequadamente sobre os exercícios.
"Isso é extremamente raro e excede as expectativas gerais", disse uma das autoridades, referindo-se à iniciativa dos militares chineses de realizar exercícios sem aviso prévio.
"Os aliados estão trocando ideias", disse o funcionário. "O campo democrático deve fazer algum gerenciamento de risco para nossa defesa."
((Tradução Redação São Paulo))
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