Qtum

Patrick Dai é o fundador do projeto e o presidente da Qtum Foundation. Ele estudou ciência da computação na Draper University e depois abandonou o doutorado na Academia Chinesa de Ciências. Ele começou sua carreira como gerente de produtos na Alibaba e depois trabalhou em uma série de projetos de blockchain, incluindo Factom, Vechain, Bitse Group e Meilink antes de iniciar a Qtum em 2016. Os outros dois cofundadores são o CTO e arquiteto de blockchain Neil Mahi e o desenvolvedor líder Jordan Earls. Muitos dos membros da equipe listados no site oficial da Qtum parecem não ter uma página ativa no Linkedin ou um perfil no Github. No entanto, está confirmado que a Qtum tem vários apoiadores de alto nível, incluindo Roger Ver, do Bitcoin.com, e Jeremy Gardner, um dos primeiros investidores em criptografia que se tornou profissional de cuidados com a pele, cofundador da Augur e EIR na Blockchain Capital.

Qtum é uma blockchain de propósito geral que tenta abordar quatro questões que seus fundadores consideraram mais problemáticas nas plataformas de blockchain BTC e ETH: interoperabilidade, governança, rigidez e custo do mecanismo de prova de trabalho e dificuldade de conectar contratos inteligentes com aplicações da vida real. A blockchain Qtum possui duas tecnologias únicas que visam resolver isso: a Camada de Abstração de Conta (Account Abstraction Layer - AAL) e o Protocolo de Governança Descentralizada (Decentralized Governance Protocol - DGP). A Camada de Abstração de Conta integra a camada de conta UTXO (Unspent Transaction Output), herdada do Bitcoin, com a camada de contrato inteligente, inspirada pelo Ethereum. Isso permite aos usuários construir aplicações e hospedá-las em máquinas virtuais, incluindo a Máquina Virtual Ethereum (EVM) e a máquina virtual x86. Também suporta o conjunto de instruções i686 e várias linguagens de programação como C, C++, Rust e Python, o que facilita muito a adoção de aplicativos existentes e a compilação para Qtum. Não apenas permite contratos inteligentes completos em Turing, Qtum também planeja integrar bibliotecas de programação comuns na forma de contratos inteligentes. O Protocolo de Governança Descentralizada permite que contratos inteligentes alterem os parâmetros centrais da rede, como o tamanho do bloco e as taxas de gás, sem nunca precisar fazer um hard fork da blockchain, o que pode economizar muitos problemas à medida que a rede evolui. Mineradores (stakers), desenvolvedores e detentores de QTUM dentro de todo o ecossistema estão envolvidos na governança da blockchain por meio de votação, e a blockchain pode realizar auto-gestão, atualizações e iterações.

A abordagem técnica da Qtum não é a mesma que a Bitcoin e a Ethereum usam atualmente. A Qtum escolheu o mecanismo de consenso MPoS (prova de participação mutualizada) para a segurança da rede. Trata-se de uma versão modificada do Proof-of-Stake 3.0. O protocolo incentiva os usuários a manterem suas moedas bloqueadas para facilitar e proteger a validação do bloco. Isso é chamado de staking. A confirmação de cada bloco é uma competição entre os detentores de moedas, em que, com base na conectividade com a rede e na chance aleatória, eles têm o direito de validar o bloco. Ao contrário dos primeiros protocolos PoS, aqui a recompensa do bloco é constante e não depende da idade da moeda para determinar a probabilidade de obtê-la. As recompensas são distribuídas proporcionalmente à aposta, portanto, quanto mais moedas forem apostadas, mais recompensas o usuário receberá. Além disso, o protocolo MPoS é protegido contra ataques de “contrato lixo”, dividindo 10% da recompensa do bloco entre o minerador que produz o bloco e nove mineradores anteriores e atrasando os 90% restantes em 500 blocos no futuro. Ao contrário do mecanismo de prova de trabalho usado no Bitcoin, os algoritmos de prova de participação são significativamente menos dispendiosos de manter, são mais ecológicos e podem proporcionar uma grande descentralização, que é a pedra angular da segurança do blockchain.