Investing.com - Com o enfraquecimento das ações de tecnologia que lideraram a alta do mercado nos últimos anos, cresce o número de analistas que alertam para a possibilidade de um “crash”.
Mark Spitznagel, cofundador e diretor de investimentos da Universa Investments, expressou suas preocupações em uma entrevista ao Wall Street Journal publicada na última sexta-feira, prevendo que as ações poderiam perder mais de 50% de seu valor.
"Estamos nos encaminhando para algo extremamente negativo", afirmou Spitznagel, conhecido por lucrar com eventos de "cisne negro", como a pandemia.
Ele identifica a dívida americana como a "maior bolha de crédito da história da humanidade", que poderia precipitar um crash. No entanto, ele não vê uma queda iminente.
Spitznagel prevê que a alta do mercado continue por vários meses, alimentada pelo que ele chama de "fase Cachinhos Dourados" — um período de desaceleração da inflação e cortes nas taxas de juros pelo Fed que tende a otimizar o mercado.
No entanto, alerta que os cortes nas taxas de juros pelo Fed frequentemente precedem grandes reversões no mercado.
Ele também compara a situação atual com a bolha da internet, mas acredita que o próximo crash será ainda mais devastador, pois considera que os mercados estão atualmente inflados na "maior bolha da história da humanidade".
Em detalhes, ele aponta que, com a dívida dos EUA em níveis recordes, o governo terá menos recursos para intervir, e a economia poderia entrar em recessão até o final do ano.
Em suma, apesar de Spitznagel antever um crash do mercado e o estouro de uma bolha ligada à inteligência artificial, ele também acredita que ainda há espaço para uma intensificação do rally antes do colapso esperado.
Vale ressaltar que Spitznagel é uma das vozes mais pessimistas no cenário atual. Embora muitos analistas reconheçam a desaceleração no crescimento das megacaps tecnológicas, a maioria espera que uma gama mais ampla de ações lidere uma "grande rotação", mantendo a tendência de alta no mercado geral.