Os principais índices futuros dos EUA subiam nesta terça-feira, 8, antes da abertura das Bolsas em Nova York, com investidores atentos aos próximos passos do Federal Reserve na definição das taxas de juros.
No cenário corporativo, o Google anunciou que recorrerá de uma decisão de um juiz dos EUA que obriga a empresa a abrir seu sistema operacional Android para concorrentes.
Na Ásia, as ações chinesas reduziram os ganhos iniciais, após o planejador econômico estatal do país não divulgar o aguardado pacote de estímulos fiscais.
No Brasil, o mercado aguarda a sabatina, no Senado, do atual diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, para assumir a presidência da instituição.
Os futuros de ações dos EUA operavam em alta nesta terça, com os investidores reavaliando as expectativas para uma flexibilização nas taxas de juros do Federal Reserve, antes da divulgação de dados de inflação e balanços corporativos.
Às 8h15 de Brasília os contratos futuros do Dow e do S&P 500 subiam 0,12% e 0,39%, enquanto os futuros do Nasdaq 100 avançavam 0,48%.
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Os principais índices de Wall Street caíram na sessão anterior, à medida que alguns investidores reduziram apostas de que o Fed cortaria as taxas de empréstimo em sua próxima reunião em novembro, após o robusto relatório de empregos de setembro da semana passada.
Em vez de um segundo corte consecutivo de 50 pontos-base, o mercado agora espera que o banco central opte por uma redução mais conservadora de 0,25 ponto percentual, segundo o FedWatch Tool do CME Group (NASDAQ:CME). As chances de o Fed manter as taxas inalteradas na faixa atual de 4,75% a 5,00% também aumentaram.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, que geralmente se movem de forma inversa aos preços, subiram. O rendimento da nota de 10 anos chegou a ultrapassar 4% pela primeira vez em dois meses.
A postura atual da política monetária do Fed está "muito bem posicionada" para garantir um pouso suave para a economia dos EUA, afirmou John Williams, presidente do Fed de Nova York.
Em entrevista ao Financial Times nesta terça-feira, Williams disse que o robusto relatório de empregos indicou que as taxas de juros estão em um nível que "esperançosamente" sustenta a força contínua da maior economia do mundo e seu mercado de trabalho, ao mesmo tempo que reduz a inflação para a meta de 2% do banco central.
Ele defendeu o corte agressivo de juros do Fed no mês passado, argumentando que ele mantém os custos de empréstimos em patamares restritivos, mas ainda assim alivia a pressão sobre a economia, reportou o FT.
Williams acrescentou que o mais recente "dot plot" das projeções dos dirigentes, que indicava duas reduções de 0,25 ponto percentual nas duas últimas reuniões de 2024, continua sendo um "bom cenário base". No entanto, ele destacou que o banco central não está comprometido com um caminho pré-definido, repetindo comentários do presidente do Fed, Jerome Powell.
O Google (BVMF:GOGL34) (NASDAQ:GOOGL), da Alphabet, foi ordenado por um juiz dos EUA a reconfigurar seu sistema operacional Android, permitindo que concorrentes criem suas próprias plataformas de aplicativos e métodos de pagamento, representando um revés na defesa da empresa contra acusações de monopólio.
A ordem do juiz distrital James Donato, de São Francisco, impede o Google de proibir o uso de métodos de pagamento dentro dos aplicativos por três anos e obriga a empresa a permitir que usuários façam download de app stores de terceiros no Android.
O Google também está impedido de realizar pagamentos a fabricantes de dispositivos para pré-instalar sua própria loja de aplicativos.
A decisão veio após a Epic Games, desenvolvedora do jogo "Fortnite", vencer um caso de antitruste contra o Google. A Epic acusou o Google de restringir a competição por meio de sua loja de aplicativos e sistema de pagamento.
O Google anunciou que vai recorrer da decisão, argumentando que, embora as mudanças satisfaçam a Epic, elas trarão "consequências inesperadas" que prejudicarão consumidores, desenvolvedores e fabricantes de dispositivos nos EUA. As ações da Alphabet caíram 2,5% na segunda-feira, após o anúncio.
Os mercados chineses abriram em forte alta nesta terça-feira, com a retomada das negociações após o feriado da Golden Week, mas analistas apontaram decepção com a ausência de novos estímulos fiscais, o que limitou os ganhos.
Os índices CSI 300 de Shenzhen e Shanghai Composite subiram entre 4% e 6% após uma abertura que chegou a registrar alta de até 13%.
O sentimento foi inicialmente impulsionado por uma série de medidas de estímulo anunciadas por autoridades chinesas antes do período de feriado, incluindo cortes nas taxas de juros e regras mais flexíveis para o mercado imobiliário. As medidas foram vistas como uma tentativa de Pequim de revitalizar a economia em dificuldades e atingir a meta de crescimento anual de 5%.
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Na terça-feira, o planejador econômico estatal da China afirmou que mantém "plena confiança" de que a economia alcançará esse objetivo, mas os investidores ficaram desapontados com a falta de detalhes sobre o esperado pacote de estímulos fiscais.
Os preços do petróleo caíram nesta terça-feira, com traders realizando lucros após uma forte alta, provocada por temores de que uma guerra generalizada no Oriente Médio possa afetar o fornecimento da região rica em petróleo.
A reação limitada aos comentários do planejador econômico estatal na China — o maior importador de petróleo do mundo — também pesou sobre os preços.
No momento da redação, o contrato Brent recuava 1,4%, cotado a US$ 79,80 por barril, enquanto o futuro de petróleo dos EUA (WTI) caía 1,5%, negociado a US$ 76,00 por barril.
Ambos os contratos subiram mais de 3% na segunda-feira, atingindo os maiores níveis desde o final de agosto, somando-se ao rali de 8% da semana passada, o maior ganho semanal em mais de um ano.
Além disso, os dados mais recentes dos estoques de petróleo dos EUA, do Instituto Americano de Petróleo, serão divulgados ainda nesta sessão, com analistas esperando um aumento de 1,9 milhão de barris.
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Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do Banco Central, deve ser aprovado pelo Senado para assumir a presidência da instituição no início de 2025, em votação prevista para ocorrer nesta terça-feira. Apesar da expectativa de aprovação tranquila, há questionamentos sobre sua independência em relação ao governo federal, especialmente considerando sua proximidade com o presidente Lula. Galípolo já visitou diversos senadores, demonstrando apoio à autonomia financeira do Banco Central, o que pode facilitar sua aprovação.
A sabatina ocorre em um contexto de alta da taxa Selic e pressões sobre a política monetária.
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