Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Wall Street deve começar a semana com uma ligeira alta, com foco nos dados mais recentes sobre a inflação, já que os investidores buscam a confirmação de que o Federal Reserve começará a cortar as taxas de juros em setembro. A temporada de resultados trimestrais está chegando ao fim, mas o setor de varejo será o principal foco nos próximos dias. No Brasil, Senado entende como certa indicação do diretor Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central.
A trajetória futura das taxas de juros dos EUA continua a ser o principal foco dos investidores e, portanto, a divulgação dos dados de preços ao consumidor na quarta-feira será o principal número de dados econômicos da semana.
A dirigente do Federal Reserve, Michelle Bowman, observou mais alguns progressos "bem-vindos" na inflação nos últimos dois meses em uma entrevista no sábado, suavizando seu tom geralmente hawkish, mas ainda acrescentou que a inflação permanece "desconfortavelmente acima" da meta de 2% do banco central.
O Fed, no final de julho, manteve a taxa de política monetária na mesma faixa de 5,25% a 5,50% em que se encontra há mais de um ano, mas sinalizou que um corte na taxa poderia ocorrer já em setembro se a inflação continuasse a se arrefecer.
Espera-se que os dados do IPC de julho mostrem que a inflação continuou a se aproximar da meta anual de 2% do Fed, com as previsões apontando que o núcleo da inflação anual cairá um pouco, para 3,2%, o menor valor desde abril de 2021.
Os futuros dos fundos do Fed implicam uma chance de 49% de um corte de meio ponto na taxa em setembro, depois de subir até 100% em um ponto na semana passada.
Os futuros das ações dos EUA subiram na segunda-feira, com os investidores cautelosos no início da semana, que inclui a divulgação de dados importantes sobre a inflação, bem como ganhos importantes do setor de varejo.
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futures estava 0,11% mais alto, o S&P 500 futures subiu 0,24%, e o Nasdaq 100 futures ganhava 0,23%.
Os principais índices de Wall Street encerraram a semana passada com pequenas perdas, representando uma espécie de recuperação após a derrota no início da semana. Os dados de pedidos de auxílio-desemprego ajudaram a aliviar as preocupações dos investidores sobre a força do mercado de trabalho e a situação da economia dos EUA, e agora as atenções se voltam para a segunda parte do mandato do Federal Reserve - o índice de preços ao consumidor.
Os investidores também terão a chance de ouvir várias autoridades do Fed, incluindo o Presidente do Fed de Atlanta Raphael Bostic, o Presidente do Fed da Filadélfia Patrick Harker e o Presidente do Fed de Chicago Austan Goolsbee. Os comentários de um trio de formuladores de políticas do Fed indicaram na quinta-feira que eles estavam mais confiantes de que a inflação está esfriando o suficiente para reduzir as taxas.
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A temporada de lucros trimestrais está nos estágios finais, com a maioria das empresas já tendo divulgado seus resultados financeiros trimestrais. Mas ainda há alguns nomes notáveis dos EUA que devem divulgar seus resultados na próxima semana, incluindo os varejistas Home Depot (NYSE:HD) e Walmart (NYSE:WMT).
Os investidores estarão atentos ao que os varejistas têm a dizer sobre a resiliência dos gastos do consumidor, um dos principais impulsionadores do crescimento da economia, especialmente devido a alguns sinais recentes de fraqueza nos dados econômicos. Outros grandes nomes na pauta de lucros são a Cisco Systems (NASDAQ:CSCO) e a Fox Corporation (NASDAQ:FOXA).
Na Europa, o maior banco da Suíça, o UBS (SIX:UBSG), divulga seus lucros na quarta-feira, enquanto o setor de seguros tem uma semana importante, com a Hannover Re (OTC:HVRRY), Aviva (LON:AV), NN Group (AS:NN) (NASDAQ:NNBR) e Admiral (LON:ADML) devendo divulgar seus relatórios. Algumas das maiores empresas de internet da China também devem divulgar seus resultados do trimestre de junho nesta semana, incluindo Tencent Holdings (OTC:TCEHY), Alibaba (NYSE:BABA) Group e JD (NASDAQ:JD).com.
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O Reino Unido tem um calendário de dados econômicos movimentado nesta semana, com os investidores buscando pistas sobre se o Banco da Inglaterra continuará seu ciclo de corte de taxas no próximo mês. O BoE cortou as taxas pela primeira vez desde 2020 no início deste mês e os mercados estão atualmente precificando uma chance de aproximadamente 33% de outro corte de um quarto de ponto na reunião de setembro.
Os dados de crescimento salarial devem ser divulgados na terça-feira, seguidos um dia depois pelos números da inflação, que serão observados de perto em busca de indicações de pressões de preços persistentes, principalmente no setor de serviços ainda aquecido.
Catherine Mann, membro externo do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra, disse em um podcast divulgado na segunda-feira que os preços de bens e serviços devem subir novamente e que as pressões salariais na economia podem levar anos para se dissipar.
"Há uma catraca ascendente tanto no processo de fixação de salários quanto no processo de preços e (...) ela pode muito bem ser estrutural, tendo sido criada durante esse período de inflação muito alta nos últimos dois anos", disse ela. "Esse aumento levará muito tempo para ser eliminado", acrescentou. Mann votou contra o corte nas taxas de juros deste mês, em uma decisão apertada de 5 a 4.
CONFIRA: Calendário Econômico do Investing.com
Os preços do petróleo subiam na segunda-feira pela quinta sessão consecutiva, já que as preocupações com a economia dos EUA diminuíram, enquanto as tensões geopolíticas no Oriente Médio continuaram a ser um suporte.
Às 8h, os futuros do petróleo dos EUA (WTI) subiram 1,16%, para US$77,73 por barril, enquanto o contrato do Brent subiu 0,92%, para US$80,39 por barril. Ambos os índices de referência do petróleo ganharam mais de 3% na semana passada, a primeira semana positiva em cinco.
O Irã e o Hezbollah prometeram retaliar os assassinatos do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, e do comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr. A Axio informou no domingo que a inteligência israelense acredita que o Irã atacará Israel diretamente e em poucos dias. O temor de que uma guerra maior no Oriente Médio interrompa o fornecimento de petróleo da região rica em petróleo bruto fez com que os investidores atribuíssem um prêmio de risco maior aos preços do petróleo.
Dados econômicos animadores dos EUA, sugerindo que uma recessão no maior consumidor de combustível do mundo pode não ser iminente, ajudaram o mercado de petróleo na semana passada.
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Com expectativa para confirmação do nome do indicado à presidência do Banco Central brasileiro, o Senado entende como certa a escolha de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária da autarquia, para substituir Roberto Campos Neto, de acordo com apuração do jornal Valor Econômico.
Em entrevista à publicação, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO) afirmou que não deve haver surpresas de última hora e disse que, logo que indicado, deve pautar a sabatina e votação, etapas necessárias para confirmar o nome, quando anunciado.
Galípolo vem corroborando em falas públicas as últimas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que adotou um tom mais duro (hawkish), ao indicar que pode até subir as taxas de juros novamente, se o cenário e as expectativas inflacionárias demonstrarem que tal medida é necessária.
Às 8h (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) estava estável no pré-mercado.