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Chance de recessão nos EUA cresce para 68%, segundo modelos deste banco

Investing.com9 de jul de 2024 às 02:57

Investing.com – A probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos atingiu 68%, conforme análise de um modelo de aprendizagem de máquina desenvolvido pelo Piper Sandler, que aponta para um desempenho econômico fraco no primeiro semestre de 2024.

O relatório indica que o crescimento real do PIB dos EUA no primeiro trimestre foi limitado a apenas 1,4%, com um aumento de 1,5% nos gastos do consumidor. As projeções para o segundo trimestre também são modestas, antecipando um crescimento do PIB de cerca de 1,5% e um ligeiro aumento nos gastos do consumidor de pouco mais de 1,0%. Esses dados refletem uma desaceleração econômica generalizada, agravada por um aumento no desemprego e estagnação dos gastos do consumidor.

Um indicador crítico é a “Sahm Rule”, que está próxima de ativar seu alerta de recessão. Em junho, a taxa de desemprego aumentou 0,43 ponto percentual na média trimestral, aproximando-se do limiar de 0,50 ponto percentual que comumente indica uma recessão.

"Nosso modelo de aprendizado de máquina agora projeta que uma recessão ocorrerá no quarto trimestre, elevando a probabilidade de uma recessão de 62% para 68%", indicou Piper Sandler.

O relatório destaca vários indicadores preocupantes, como o aumento nas taxas de falência, que alcançaram o maior nível em 13 anos, e um desempenho fraco no setor industrial, com o índice ISM abaixo de 50% em 19 dos últimos 20 meses — um cenário típico de recessões, não de recuperações suaves.

No setor de varejo, observa-se estagnação nas vendas, especialmente notável em restaurantes, que enfrentam uma guerra de preços entre grandes cadeias como McDonald's (NYSE:MCD), Wendy's (NASDAQ:WEN) e Burger King. Da mesma forma, os gastos com hotéis e passagens aéreas diminuíram, com relativa estabilidade apenas em setores não cíclicos, como saúde e serviços financeiros.

Também são evidentes os ventos contrários aos gastos do consumidor. Os dados de junho mostram que o emprego está perdendo força, com um crescimento estagnado do emprego doméstico e revisões consistentemente negativas nos dados da folha de pagamento.

"Com o emprego sob pressão, tanto a renda nominal quanto a real estão se deteriorando. Observa-se que o indicador clássico de renda pessoal reflete uma desaceleração no consumo quando se substitui a folha de pagamento pelo registro de empregos domésticos", apontaram os economistas.

Os gastos com investimentos em capital (capex) são outra fonte de preocupação. Há sinais de que os benefícios dos estímulos fiscais e dos investimentos em inteligência artificial já alcançaram seu pico, enquanto os pedidos de bens de capital essenciais mostram uma tendência de queda e a construção não residencial, incluindo fábricas e data centers, está em declínio.

No setor imobiliário, o aumento nos estoques de casas novas sugere possíveis reduções nos preços. O apoio federal ao PIB também estagnou, e os níveis estaduais e locais estão desacelerando, com os efeitos retardados dos estímulos da era COVID começando a desaparecer.

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