Investing.com – À medida que as eleições nos EUA se aproximam, a incerteza domina os mercados financeiros, e os investidores avaliam cuidadosamente as propostas de cada candidato, analisando as possíveis mudanças nas políticas e seus impactos em diferentes classes de ativos.
Ainda restam cerca de cinco meses para as eleições nos Estados Unidos, programadas para 5 de novembro de 2024. Neste pleito, serão eleitos o presidente e o vice-presidente para um mandato de quatro anos. O atual presidente, Joe Biden, do Partido Democrata, busca a reeleição, enquanto Donald Trump, do Partido Republicano, concorre novamente após um intervalo, buscando um segundo mandato não consecutivo.
Biden e Trump aceitaram participar de um debate organizado pela CNN em 27 de junho de 2024 e outro pela ABC News em 10 de setembro de 2024.
Analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) destacaram que o primeiro debate, excepcionalmente adiantado para três meses antes do habitual, pode intensificar o foco nas eleições e revelar novas perspectivas sobre como os mercados percebem seu impacto potencial nos mercados de ativos. "Estamos focados nos impactos prováveis das mudanças nas políticas fiscal, tributária e comercial. Um governo com controle unificado tende a promover um estímulo fiscal mais robusto, enquanto um governo dividido poderia resultar em maior contenção fiscal. No entanto, os efeitos fiscais em todos os cenários são significativamente menores do que em 2020, sendo as reações do mercado às tarifas propostas um fator crítico de volatilidade", explica o Goldman Sachs.
As projeções base do Goldman Sachs indicam uma recuperação modesta das ações, aumento nos rendimentos e fortalecimento do dólar em caso de vitória republicana. Por outro lado, uma vitória democrata poderia resultar em uma leve queda das ações, rendimentos mais altos e enfraquecimento do dólar.
Com um cenário de vitória de Trump e governo dividido, o Goldman prevê uma queda modesta nas ações e fortalecimento do dólar, enquanto uma vitória de Biden em um cenário semelhante manteria as ações estáveis, com redução nos rendimentos e enfraquecimento do dólar.
O banco alerta, no entanto, que grandes propostas fiscais ou reações intensas do mercado às políticas tarifárias podem alterar esses resultados. "Outras mudanças de política que não consideramos explicitamente aqui, como riscos geopolíticos e ações do Fed, também podem ampliar os impactos sobre os ativos. Devido a essa incerteza, uma vitória republicana pode não replicar o mesmo padrão de comportamento de ativos observado em 2016."
O Goldman ainda considera um dólar mais forte como o impacto mais consistente de uma possível vitória republicana devido à sua resposta habitual aos riscos tarifários. "Rendimentos mais altos são mais prováveis em qualquer cenário de vitória esmagadora do que em governos divididos", comenta o Goldman. "Considerando que os efeitos do câmbio e das taxas variam conforme o cenário de risco, posicionar-se para uma queda acentuada das ações ainda pode oferecer a proteção mais eficaz para portfólios de alto risco."
Atualmente, as projeções do Goldman Sachs não recomendam fortemente o hedge das exposições a ações, mas observam que os cenários podem gerar pressões significativas sobre as ações. Embora ainda falte tempo para as eleições, o banco acredita que o foco do mercado poderá se intensificar antes disso. "A volatilidade em várias partes do mercado está consideravelmente baixa para os padrões históricos, especialmente antes do período de outubro/novembro. Isso representa uma oportunidade para reajustar o posicionamento em antecipação à eleição durante o verão e depois dele”.