- O governo federal elevou a estimativa do salário mínimo para R$ 1.509 em 2025, um aumento de 6,87% em relação ao valor atual.
- A política de valorização do salário mínimo vincula o reajuste ao INPC e ao PIB, influenciando diretamente os gastos com benefícios previdenciários e assistenciais.
- Discussões sobre a desvinculação dos benefícios do salário mínimo ocorrem, mas ainda sem aprovação do presidente Lula, em meio a preocupações com a sustentabilidade fiscal.
O governo brasileiro revisou para cima a previsão do salário mínimo para 2025, estabelecendo o novo valor em R$ 1.509, o que representa um aumento de 6,87% comparado ao valor atual de R$ 1.412. De acordo com a Folha de S. Paulo e confirmado pelo Estadão/Broadcast, a revisão reflete ajustes nos parâmetros econômicos, incluindo uma inflação esperada de 3,65%, segundo a Secretaria de Política Econômica (SPE).
A política de reajuste do salário mínimo no Brasil está atrelada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e à variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Essa estratégia tem sido mantida para garantir a valorização do piso salarial, mas traz consigo um aumento significativo nos gastos obrigatórios do governo, especialmente com benefícios previdenciários e assistenciais que são ajustados com base no mínimo.
No entanto, esse aumento programado nos valores do salário mínimo até 2028 — alcançando R$ 1.783 — coloca pressão adicional sobre o Orçamento federal. Em 2022, o governo Lula reafirmou o compromisso de ajustar anualmente o salário mínimo pela inflação mais a variação do PIB, uma política que, segundo análises, comprometerá cerca de 56% das economias previstas com a reforma da Previdência de 2019. Somente neste ano, espera-se um aumento de gastos de R$ 4,9 bilhões com a Previdência e R$ 6,4 bilhões com o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Diante desse cenário, houve discussões sobre a possibilidade de desvincular os benefícios do salário mínimo para aliviar os gastos obrigatórios. No entanto, o presidente Lula tem resistido a essas mudanças, apoiado pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, mantendo a vinculação como uma medida de proteção social, apesar das crescentes preocupações com a sustentabilidade fiscal do país.