- Em outubro, as vendas de veículos novos no Brasil ultrapassaram o volume da Alemanha, com 264,9 mil unidades vendidas, um aumento de 21,6% em relação ao ano anterior.
- A produção brasileira de veículos também cresceu, com 249,2 mil unidades produzidas e exportações em alta, apesar de um declínio no acumulado do ano.
- A vitória de Donald Trump nos EUA pode trazer mudanças nas políticas de descarbonização, mas o impacto direto no Brasil deve ser limitado devido às altas tarifas de importação.
Em outubro, as vendas de veículos novos no Brasil ultrapassaram a Alemanha, a maior economia da Europa, marcando uma das raras ocasiões em que o mercado brasileiro superou o quinto maior mercado automotivo global. A Anfavea, associação das montadoras, divulgou que os emplacamentos somaram 264,9 mil unidades, incluindo carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, representando um crescimento de 21,6% em comparação ao mesmo mês do ano anterior e uma expansão de 12,1% em relação a setembro. Por outro lado, as vendas na Alemanha totalizaram 232 mil veículos.
Este resultado ocorre em um momento de incerteza para a indústria automotiva alemã, marcada por discussões sobre o fechamento de fábricas da Volkswagen e ameaças de greve. "Temos que olhar o copo meio cheio... foi uma das poucas vezes em que o Brasil ocupou o quinto lugar" em vendas de veículos no mundo, declarou Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
A média diária de vendas no Brasil foi a maior do ano, totalizando 11,5 mil veículos, com os emplacamentos de outubro sendo os mais altos dos últimos dez anos para um único mês. A produção de veículos no Brasil somou 249,2 mil unidades, um aumento de 24,7% em relação ao mesmo período do ano anterior e 8,3% em relação a setembro.
No acumulado de 2024, a produção e vendas brasileiras atingiram 2,1 milhões de veículos, registrando um crescimento de 8,9% e 15%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2023. As exportações de outubro alcançaram 43,5 mil veículos, uma alta de 39,2% em comparação a outubro de 2023, embora as exportações acumuladas do ano apresentem um declínio de 7,4%.
Sobre a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, o presidente da Anfavea destacou o perfil protecionista do republicano. "Para o Brasil, o impacto não é tão grande, pois a tarifa de importação dos EUA já é elevada", afirmou Leite, referindo-se às sobretaxas de mais de 100% sobre veículos importados.
Leite mencionou que podem ocorrer alterações nas rotas tecnológicas para descarbonização, uma vez que Trump possui um posicionamento diferente dos democratas. Segundo ele, isso "pode impactar as empresas e o mercado como um todo".