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HSBC vê possibilidade de novos aumentos de juros pelo Fed até 2026

Investing.com27 de set de 2024 às 01:45

Investing.com — De acordo com uma nota recente dos analistas do HSBC, embora o Federal Reserve esteja atualmente flexibilizando a política monetária, há a possibilidade de que os aumentos de juros possam retornar até 2026.

A nota afirma que, após 14 meses mantendo as taxas de juros estáveis, o Fed reduziu as taxas em 50 pontos-base. Esta medida segue ações semelhantes adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE) e outros bancos centrais do G10.

O HSBC explica que, embora a inflação permaneça elevada, ela segue uma trajetória de queda, e o mercado de trabalho está mostrando sinais de desaquecimento, permitindo assim uma política monetária mais branda.

CONFIRA: Curva de juros dos EUA

No entanto, o banco aponta que, apesar dessa fase de flexibilização, ainda existem incertezas.

Condições econômicas globais, desenvolvimentos políticos e mercados voláteis podem influenciar as futuras decisões do Fed.

Um fator crucial será o resultado das próximas eleições presidenciais dos EUA em 2026, que podem afetar tanto as políticas fiscais quanto as monetárias.

"Muitas das possíveis mudanças de política pós-eleição, sobre as quais os candidatos têm se pronunciado e podem desejar implementar, podem alterar a visão do FOMC sobre a taxa neutra e/ou o quão restritiva a política precisa ser", escreve o HSBC.

Em sua análise, o HSBC apresenta dois cenários potenciais. Um envolve aperto fiscal e novos cortes de juros, enquanto o outro prevê choques de oferta, como tarifas e mudanças na política de imigração, que poderiam levar a aumentos das taxas.

Eles acreditam que o último cenário poderia forçar o Fed a aumentar as taxas, independentemente de Jerome Powell continuar como presidente do Fed após o término de seu mandato, em maio de 2026.

"Claro, também é possível que o Fed já esteja elevando as taxas novamente em 2026: não como resultado de escolhas políticas, mas simplesmente porque a economia se recuperou mais fortemente do que o esperado em resposta ao ciclo de flexibilização monetária que está em andamento", afirma o banco.

Por outro lado, reconhecem que "se parecer que o Fed ficou para trás da curva e um pouso forçado ocorrer nos EUA em 2025, o Fed provavelmente ainda estará cortando taxas em 2026."

Efeitos sobre o dólar

Além das incertezas sobre a política monetária dos EUA, o Bank of America (NYSE:BAC) Securities (BoA) analisa o impacto dessas decisões sobre o dólar.

Embora o ciclo de cortes de juros do Fed esteja em andamento, a trajetória do dólar continua incerta. O BoA destaca que os movimentos futuros da moeda norte-americana dependerão fortemente da evolução econômica dos EUA e das políticas adotadas pelo Federal Reserve nos próximos anos.

De acordo com o banco, se o Fed adotar uma política mais “dovish” (flexível), com cortes de juros contínuos, o dólar pode enfrentar uma pressão de venda mais acentuada. No entanto, se o banco central americano precisar voltar a elevar as taxas antes de 2026, seja por choques inflacionários ou por um crescimento econômico mais robusto, o mais provável que é a moeda volte a ganhar força.

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As eleições de 2026 também são vistas como um evento-chave capaz de influenciar a direção do dólar. Mudanças nas políticas fiscais e comerciais podem alterar o fluxo de capitais e impactar a confiança dos investidores.

O BoA sugere que, em meio a esse ambiente incerto, os investidores devem adotar estratégias de hedge adequadas para mitigar os riscos cambiais.

Revisado porTony
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