Investing.com – O Banco Central divulgou nesta terça-feira, 24, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que definiu pela alta na taxa Selic em 0,25 ponto percentual, levando os juros do patamar de 10,5% para 10,75%, conforme esperado pelo mercado. No documento, o colegiado apontou quais serão os fatores que vão balizar as próximas decisões.
“O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, apontou o documento.
A elevação da última reunião representou a primeira alta da taxa desde agosto de 2022. A resiliência na atividade exige uma política monetária mais contracionista, segundo a ata. Além disso, motivaram a decisão, ainda, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e a desancoragem nas expectativas.
O documento indica perspectivas distintas no campo doméstico e externo. No cenário local, a ata mostra que indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho apresentam maior dinamismo, levando a uma reavaliação do hiato para o campo positivo. Enquanto isso, o cenário externo apresenta desafios, mas está mais positivo para cenário inflacionário.
O economista Maykon Douglas entende que a ata da última reunião do Copom não trouxe surpresas e demonstra que o mercado de trabalho apertado dificulta a desinflação na parte subjacente.
“Infelizmente, o documento não trouxe uma discussão muito detalhada sobre as diferenças de visão dos membros sobre o hiato do produto e o balanço de riscos assimétrico, em relação às reuniões passadas”, entende o economista.