Investing.com – O Banco Central brasileiro estaria no limite, segundo o JP Morgan, mencionando uma posição cada vez mais desconfortável para a autoridade monetária brasileira diante da desancoragem das expectativas. “Aumentos adicionais das projeções de inflação podem desencadear altas no segundo semestre deste ano”, alerta o banco em relatório divulgado ao mercado nesta semana.
A expectativa dos economistas Cassiana Fernandez e Vinicius Moreira é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha a Selic no patamar atual após sua reunião na próxima semana, em 10,5%, em linha com o consenso.
Uma atividade econômica resiliente e estímulo fiscal, assim como a depreciação da taxa de câmbio em meio à cautela sobre sustentabilidade da dívida pública, são fatores que impactam as expectativas inflacionárias e pontos a serem monitorados de forma constante.
“Estes fatores levam a um aumento das expectativas de inflação, apesar da moderação da inflação atual. Neste ponto, ainda não acreditamos que o BCB fará meia-volta e iniciará um ciclo de altas”, pondera o JP Morgan, indicando que, com a Selic ainda em um patamar restritivo, a autoridade monetária tende a “esperar e ver”.
O colegiado deve reforçar a importância de cautela e moderação nas decisões no seu comunicado, sem desconsiderar possíveis movimentos nas taxas de juros no futuro, no entendimento do banco.
Sobre o balanço de riscos, o banco lembra que, em maio, alguns membros enxergaram inclinação para cima, enquanto em junho, a maioria optou por manter o equilíbrio simétrico, o que requer uma atenção especial para indicativos de ações futuras do colegiado nas reuniões seguintes.