- A safra de laranja 2024/25 no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais foi revisada para 215,78 milhões de caixas de 40,8 kg, uma queda de 7% em relação à previsão de maio.
- A produção será a menor em 36 anos, devido a problemas climáticos e à disseminação do greening, uma doença sem cura que afeta os pomares.
- A menor safra resultou em aumentos recordes nos contratos futuros de suco de laranja na bolsa de Nova York, ultrapassando 5 dólares por libra-peso.
A produção de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais para a safra 2024/25 foi revisada para 215,78 milhões de caixas de 40,8 kg, de acordo com o Fundecitrus. Esta revisão representa uma queda de 7% em relação à previsão anterior de maio e confirma que a produção de laranja do maior polo citrícola do Brasil, e do mundo, será a menor em 36 anos.
A redução na produção é atribuída ao menor tamanho dos frutos, resultado de um clima quente e seco. Segundo o Fundecitrus, as condições climáticas previstas em maio para os primeiros quatro meses da safra pioraram, com um volume de chuvas 31% inferior ao esperado. Além disso, a disseminação do greening, uma doença sem cura, aumentou para 44,35% dos pomares em 2024, no sétimo ano consecutivo de avanço dessa doença.
Historicamente, a principal região produtora de laranja do Brasil já chegou a produzir quase o dobro do que é projetado para a temporada atual. Por exemplo, no ano 2000, a produção atingiu um recorde de 436 milhões de caixas. A menor produção registrada anteriormente foi em 1988/89, com 214 milhões de caixas.
A nova projeção de 215,78 milhões de caixas representa uma queda de 29,8% em comparação com a safra anterior, que foi de 307,22 milhões de caixas. Especificamente, houve reduções de aproximadamente 33% nas laranjas precoces, 35% nas laranjas de meia-estação (Pera) e 24% nas variedades tardias.
As temperaturas elevadas durante o outono e o inverno intensificaram a evapotranspiração, agravando a severidade da seca e acelerando a maturação dos frutos. Isso resultou em um ritmo de colheita mais rápido, com cerca de 45% da safra já colhida em meados de agosto, em comparação com a média histórica de 30% para o período.
Como consequência da menor safra no Brasil, os contratos futuros de suco de laranja na bolsa de Nova York têm batido seguidos recordes, superando o patamar de 5 dólares por libra-peso nesta terça-feira.
A pesquisa de estimativa de safra foi realizada pelo Fundecitrus em parceria com a Markestrat e professores titulares da FEA-RP/USP e FCAV/Unesp.