Investing.com – Os preços do petróleo e do ouro recuaram nos últimos dias após um rali forte, causado pelo aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio.
O petróleo Brent caiu 1,1% até agora nesta semana, com relatos de um possível cessar-fogo entre Hezbollah e Israel. Ao mesmo tempo, preocupações sobre a demanda chinesa reapareceram, devido à ausência de detalhes sobre estímulos por parte de Pequim.
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Apesar dos riscos geopolíticos, que devem manter um prêmio de risco no preço de ambas as commodities, estrategistas do UBS acreditam que fatores fundamentais continuarão sustentando preços mais elevados de petróleo e ouro nos próximos meses.
No mercado de petróleo, o crescimento da oferta segue moderado, mantendo o mercado em déficit. Segundo os últimos dados da Agência Internacional de Energia (IEA), a produção global de petróleo aumentou apenas 0,3% entre dezembro de 2023 e julho de 2024.
A IEA também revisou para baixo sua estimativa de crescimento da oferta em 2024, de 1,8 milhões de barris por dia (mbpd) em dezembro para apenas 0,7 mbpd em setembro. Além dos cortes voluntários prolongados da Opep+, o crescimento da produção nos EUA e no Brasil também desacelerou.
Para 2025, o UBS projeta outro ano de produção de petróleo estagnada nos EUA, influenciada por preços mais baixos, incertezas quanto ao retorno dos barris da Opep+ e a ênfase contínua na disciplina de capital.
“O crescimento da demanda, embora impactado pela China, continua superando o da oferta, com estoques globais de petróleo ainda em queda,” observam os estrategistas do UBS.
Além disso, o afrouxamento da política monetária por parte dos principais bancos centrais “também deve favorecer o crescimento da demanda econômica e por petróleo no próximo ano,” acrescentam.
Dessa forma, o UBS mantém uma visão positiva para os preços do petróleo, prevendo que o Brent ultrapassará US$ 80 por barril nos próximos meses.
De maneira similar, espera-se que a demanda por ouro também aumente.
Embora as expectativas de cortes de juros do Federal Reserve tenham sido moderadas, o banco central já iniciou seu ciclo de afrouxamento, com novos cortes previstos. Historicamente, o ouro tem valorizado até 10% nos seis meses seguintes ao primeiro corte de juros do Fed, e a demanda por ETFs de ouro está em crescimento.
“A demanda subjacente dos investidores chineses permanece sólida, enquanto o consumo de joias deve ter uma recuperação sazonal nos próximos meses,” aponta o UBS.
Os estrategistas também destacam as fortes compras de ouro pelos bancos centrais e acreditam que a incerteza em torno das eleições nos EUA dará suporte adicional aos preços do ouro.
A previsão é que o ouro alcance US$ 2.850 por onça até meados de 2025.