Investing.com – Os estrategistas do Citi preveem um aumento na demanda por investimentos em ouro físico para 2024 e 2025, conforme detalhado em um relatório divulgado na quinta-feira.
No documento, os estrategistas mantiveram suas previsões para os preços do ouro em curto prazo (0-3 meses) e em médio prazo (12 meses) em US$ 2.500/onça e US$ 3.000/onça, respectivamente. Espera-se que os preços médios trimestrais sigam uma trajetória ascendente no próximo ano, com preços variando entre US$ 2.800 e US$ 3.000/onça em 2025.
Baseando-se em dados do World Gold Council do segundo trimestre de 2024, o Citi indica que o aumento no consumo de barras de ouro pode enfrentar desafios devido à demanda do setor de joias, barras/moedas e do mercado chinês no terceiro trimestre de 2024. Contudo, isso deve ser compensado pelas aquisições do setor oficial, pela demanda por investimentos em balcão (OTC) e ETFs, além de incentivos fiscais na Índia que favorecem o ouro.
Os estrategistas destacam que a tendência de desinvestimento em ETFs de ouro, que começou a se reverter no final do segundo trimestre, poderia intensificar a demanda por ouro dos investidores, especialmente em um contexto de cortes nas taxas de juros pelo Fed.
Eles projetam que a demanda por investimento físico em ouro representará 83% da oferta das minas em 2024, um aumento de 9 pontos percentuais em relação ao ano anterior, e crescerá ainda mais 2 pontos percentuais em 2025, alcançando 85%. Isso marcaria o maior nível de demanda por investimentos em ouro desde 2020, quando os preços médios do ouro aumentaram cerca de 25%, e o valor no mercado à vista superou US$ 2.000/onça pela primeira vez.
A demanda por investimentos em ouro foi igualmente robusta entre 2010 e 2012, após a Grande Crise Financeira, com o consumo físico de ouro, excluindo joias, mantendo-se em torno de 84% da produção das minas nesse período.
Os estrategistas também consideram plausível que o preço mínimo do ouro financeiro tenha subido em 2024, sugerindo uma forte tendência de compra durante os períodos de baixa nos preços.
Embora o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) em julho não tenha fornecido uma orientação clara sobre cortes nas taxas, o presidente Powell sinalizou que reduções nas taxas de juros poderiam começar já em setembro, a menos que ocorra um aumento inesperado na inflação, o que poderia estimular ainda mais os investimentos.
A expectativa também é que a demanda dos bancos centrais por ouro continue elevada em 2024 e 2025, apesar de não terem sido relatadas compras pelo Banco Popular da China (PBOC) em maio e junho. O Citi reduziu sua previsão para a demanda de ouro do banco central em 2024 em 14%, para 941 toneladas, mas ainda espera novas aquisições, especialmente diante de possíveis tarifas comerciais dos EUA em 2025.
O relatório destaca ainda que houve uma queda significativa na demanda por barras e moedas de ouro no segundo trimestre de 2024, com uma redução de 16,7% em relação ao trimestre anterior e de 4,6% em relação ao ano anterior, totalizando 261 toneladas.
Os estrategistas atribuem essa queda ao ambiente de alta nos mercados acionários, baixa volatilidade e um dólar americano forte, que provavelmente limitaram as compras na América do Norte.