Investing.com – Após repercussão na mídia nos últimos meses, a Gol (BVMF:GOLL4) e Azul (BVMF:AZUL4) dão mais um passo em direção à fusão das companhias, assinando memorando de entendimentos para explorar as possibilidades de combinação dos negócios. Analistas enxergaram a medida como positiva, diante das possíveis sinergias entre as duas companhias aéreas, que teriam mais de 60% de market share, mas apontam para as incertezas no processo e possíveis dificuldades a serem enfrentadas.
O memorando foi firmado entre a Azul e a Abra, controladora da Gol. Após a notícia, as ações de ambas as empresas subiam no pregão nesta quinta, às 12h. A valorização era de 4,08% para a Azul, cotada a R$4,60, e de 6,75% para a Gol, negociada a R$1,74.
“Vemos isso como positivo, com base nas sinergias potenciais a serem capturadas, embora esperadas, dado o recente fluxo de notícias e a comunicação da empresa”, disseram analistas da XP Investimentos (BVMF:XPBR31), que possuem indicação neutra para Azul.
O JP Morgan enxergou da mesma forma, reforçando sua recomendação neutra para a Azul. “Na nossa opinião, o anúncio é positivo para ambas as empresas, reforçando o seu posicionamento competitivo e resultando provavelmente em sinergias (3-7% das receitas com base em transações anteriores)”.
O Goldman Sachs (NYSE:GS), que possui indicação neutra para Azul, afirma que a fusão proposta tem mérito estratégico, “uma vez que poderá criar uma companhia aérea significativamente maior, com maior poder de fixação de preços e otimização da rede, entre outras fontes de sinergia”.
O cenário competitivo da indústria aérea brasileira deve melhorar com a fusão, de acordo com o Santander (BVMF:SANB11), que tem indicação neutra para Azul, com preço-alvo de R$6. No entanto, o banco entende que “será um caminho longo e sinuoso até que as sinergias que ela poderia entregar sejam alcançadas (back office, esforços comerciais conjuntos, negócios de fidelidade, negócios de carga)”. Entre possíveis dificuldades, o Santander cita a integração de frota.
A evolução da possível combinação das companhias aéreas requer a finalização do processo de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, o chamado Chapter 11, além da reestruturação do passivo da Azul.
O fechamento da operação depende ainda de que as empresas concordem com os termos econômicos e concluam o due diligence. Se este for o caso, devem ser celebrados acordos definitivos, com solicitação da aprovação do órgão antitruste.
“Ainda é cedo para saber, embora seja encorajador”, destacam os analistas do UBS BB, que afirmam que a Azul está otimista em relação às suas discussões com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“Em uma perspectiva antitruste, a baixa sobreposição de rede entre a Azul e a GOL joga a favor da fusão, apesar do market share no mercado nacional combinado de 60%”, acredita o JP Morgan.
Além do ambiente macroeconômico desafiador, analistas ressaltam que rondam uma série de incertezas, como o fechamento da transação, a aprovação pelo órgão antitruste, possível diluição das ações e mudanças na estrutura acionária pós-transação.
“A relação de troca entre as duas ações não foi divulgada; não foi decidido qual empresa será integrada à outra; e como a nova dívida da Azul ainda não foi equitizada (com uma diluição a ser definida para os acionistas)”, completou a XP.
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