- A população indígena em áreas urbanas no Brasil aumentou em 181,6% de 2010 a 2022, atingindo mais de 914 mil pessoas.
- O crescimento reflete tanto mudanças demográficas quanto melhorias metodológicas no Censo 2022 do IBGE.
- O censo registrou 8.568 localidades indígenas, com 71,55% situadas em terras indígenas reconhecidas.
A população indígena nas áreas urbanas do Brasil quase triplicou em 2022 em comparação com 2010, alcançando mais de 914 mil indivíduos, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Este crescimento de 181,6% representa um aumento de 589.912 pessoas, elevando para 53,97% a proporção de indígenas vivendo em cidades, em contraste com os 324.834 registrados em 2010.
Além disso, a população indígena em áreas rurais também cresceu, atingindo 780.090 pessoas em 2022, um aumento de 36,36% desde 2010, que equivale a 208.007 novos indivíduos. Assim, a população indígena total no Brasil chegou a 1.694.836 em 2022, representando menos de 1% da população nacional de 203.080.756 pessoas, em comparação com 896.917 indivíduos em 2010, ou 0,47% da população naquela época.
Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, destacou que as variações na população indígena entre 2010 e 2022 não são devidas apenas a mudanças demográficas ou deslocamentos entre áreas urbanas e rurais, mas também a aprimoramentos metodológicos no Censo 2022 que melhor capturaram a presença indígena, inclusive em áreas urbanas.
O Censo 2022 identificou 8.568 localidades indígenas por todo o país, distribuídas em todos os estados e no Distrito Federal. Segundo os critérios do IBGE, essas localidades são "lugares com aglomerados permanentes de 15 ou mais moradores indígenas, organizados de forma contígua, em áreas urbanas ou rurais, dentro ou fora de terras indígenas reconhecidas". Das localidades identificadas, 6.130 (71,55%) estão em terras indígenas oficialmente reconhecidas, enquanto 2.438 (28,45%) estão fora dessas áreas.