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Powell reforça ritmo mais lento para cortes, analistas veem 'sinais amarelos'

Investing.com18 de dez de 2024 às 21:12

Investing.com – Com um progresso mais lento no processo de desinflação, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deve continuar o ciclo de cortes de juros no ano que vem, mas mais lentamente, reforçou o presidente Jerome Powell em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 18 de dezembro.

“Simplesmente nos vemos no caminho certo para continuar a cortar”, disse Powell, indicando que a política está significativamente mais próxima da neutra e ponderando para dependência de dados para os próximos passos.

Nesta tarde, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) cortou a taxa em 0,25 ponto percentual, passando da faixa entre 4,5% e 4,75% para entre 4,25% e 4,50%. No entanto, a estimativa dos membros do comitê passou de 4 para mais dois cortes de 25 pontos-base ao longo do ano que vem.

“Penso que o ritmo mais lento dos cortes para o próximo ano reflete realmente tanto as leituras de inflação mais elevadas que tivemos este ano como a expectativa de que a inflação será mais elevada”, explicou a jornalistas durante o encontro.

Para que novos cortes ocorram, será preciso verificar progresso nos resultados da política monetária. “E enquanto a economia e o mercado de trabalho estiverem sólidos, poderemos ser cautelosos quanto a novos cortes”, completou Powell, que considera o cenário positivo para a economia dos EUA.

A história de que a inflação deve cair permanece intacta, no entendimento de Powell, pois não haveria impulsos inflacionários do mercado de trabalho. “Os riscos descendentes para o mercado de trabalho parecem ter diminuído, mas o mercado de trabalho está agora mais frouxo do que antes da pandemia e está claramente arrefecendo ainda mais, até agora de forma gradual e ordenada”, concluiu o chairman do Fed, que entende não ser necessário maior arrefecimento no mercado de trabalho para reduzir a inflação para 2%.

Taxa de Juros nos EUA: menos cortes à vista

Como indicado por economistas consultados pelo Investing.com antes da decisão, com o corte já precificado, as projeções econômicas foram o foco das análises de especialistas, tendo em vista a sinalização para menos diminuições nos juros no ano que vem. A expectativa de menos cortes derrubou os mercados futuros diante de maiores riscos para a inflação americana - e maiores apostas para uma possível pausa na reunião de janeiro, precificada por 91% dos investidores, de acordo com a ferramenta Monitor de Juros do Fed, do Investing.com.

“Agora, prevê menos cortes de juros em 2025 – dois em vez de quatro – e espera que a inflação desacelere lentamente, voltando à meta de 2% apenas em 2027, e não mais em 2026”, detalha Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank.

A comunicação do Fed não trouxe pistas sobre as próximas decisões, que serão dependente de dados, mas como o Fomc indicou projeções mais modestas sobre o ciclo de cortes, o mercado entendeu que não haverá cortes na primeira decisão do ano que vem, destaca Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

“Ficou claro, que apesar dos progressos realizados, as preocupações com a evolução da inflação estarão conosco em 2025. Não apenas por conta dos indicadores de 2024, mas também pelos potenciais impactos das políticas econômicas anunciadas pelo Presidente Trump”, reforça.

Gustavo Sung, economista-chefe Suno Reserach, também espera um novo corte de juros em março, com mais um corte em 2025. Assim, o ciclo de cortes terminaria entre 3,75% e 4,00% ao ano.

“De um lado, o Fomc não necessita acelerar porque não há sinais de hard landing para a economia. Por outro, o cenário inflacionário começa a dar alguns sinais amarelos”, alerta.

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