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Este dado econômico determinará magnitude do corte de juros nos EUA

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Investing

16 de set de 2024 às 12:57

Investing.com -- Enquanto o Federal Reserve (Fed) se prepara para sua próxima reunião de política monetária nesta semana, o principal foco do debate gira em torno da magnitude do corte na taxa de juros pelo banco central dos EUA: 25 ou 50 pontos-base (pb).

Em uma nota divulgada na sexta-feira, analistas do Citi sugeriram que o desempenho das vendas no varejo possa ser o fator determinante nessa decisão.

Segundo os especialistas do banco, embora o cenário mais provável seja um corte inicial de 25 pb seguido por duas reduções de 50 pb posteriormente, um resultado abaixo do esperado nas vendas no varejo poderia levar o Fed a optar pelo corte mais agressivo de 50 pb.

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"O relatório de vendas no varejo pode ser decisivo", afirmou o banco. "Prevemos uma queda nas vendas gerais, devido ao fraco desempenho do setor automobilístico, mas um aumento de 0,2% no grupo de controle, que exclui categorias voláteis."

O Citi também alertou que "o baixo nível de poupança das famílias, o aumento da inadimplência em cartões de crédito e a crescente preocupação com o desemprego indicam riscos negativos para o consumo."

Os analistas mencionaram ainda que pesquisas recentes mostram uma ligeira melhora nas intenções de voto para o candidato democrata, mas a disputa eleitoral permanece acirrada.

Embora o Fed considere diversos indicadores econômicos em sua tomada de decisão, o Citi enfatiza que as vendas no varejo podem ter um papel crucial na determinação da magnitude do próximo corte na taxa de juros.

Cabe ressaltar que, na semana passada, economistas do Citi revisaram suas projeções, prevendo agora um corte de juros mais moderado pelo Federal Reserve após a divulgação dos últimos dados de inflação.

De acordo com o Monitor de Juros do Fed, fornecido pelo Investing.com, atualmente os agentes do mercado precificam uma chance de 62% de um corte mais agressivo nas taxas de juros nos EUA.Monitor de Juros do Fed

Próximos passos do Fed, na visão de analistas de Wall Street

A BCA Research avalia que um corte de 50 pontos-base (pb) na taxa de juros ainda é possível, mas improvável, pois não houve sinalizações prévias do Fed nesse sentido. As declarações recentes de John Williams, presidente do Fed de Nova York, e do governador Christopher Waller não indicaram um corte mais agressivo, levando a BCA a prever uma redução de 25 pb. Contudo, os mercados futuros agora atribuem 48% de probabilidade a um corte de 50 pb, influenciados por um artigo do Wall Street Journal e comentários do ex-presidente do Fed de Nova York, William Dudley, que sugeriu haver "fortes argumentos" para uma redução maior.

O HSBC prevê um cenário semelhante, com um corte de 25 pb em setembro e mais 50 pb de reduções ao longo de 2024. O banco mantém uma perspectiva positiva para os títulos do Tesouro americano e para o dólar, mesmo considerando possível volatilidade no mercado, devido às incertezas sobre a trajetória da política monetária do Fed.

O Bank of America (NYSE:BAC) ressalta o alto grau de incerteza em torno da próxima decisão do Fed. Embora o mercado estime 36% de chance de um corte de 50 pb, o BofA considera mais provável uma redução de 25 pb, notando a ausência de sinais do Fed sobre um movimento mais agressivo. O banco também espera que Jerome Powell, presidente do Fed, discuta os riscos ao mercado de trabalho em sua coletiva de imprensa e possivelmente indique disposição para acelerar os cortes de juros se necessário.

O Barclays (LON:BARC) antecipa um corte inicial de 25 pb, mas não descarta reduções mais significativas caso o mercado de trabalho se deteriore. Para 2024, o banco projeta cortes totalizando 75 pb. O Barclays afirma:

"Esperamos um comunicado do Fomc com tom acomodatício, destacando o progresso no controle da inflação, a redução dos riscos inflacionários e o aumento dos riscos para o emprego. Antecipamos que o comunicado indique que decisões futuras dependerão da evolução dos dados econômicos, das perspectivas e do balanço de riscos."

Por fim, o JPMorgan (NYSE:JPM) se destaca ao prever um corte de 50 pb, argumentando que uma ação mais assertiva agora posicionaria melhor o Fed para lidar com futuros desafios econômicos. Entretanto, reconhecem que dinâmicas internas do Fomc podem resultar em uma abordagem mais cautelosa de 25 pb. "Embora a decisão do Fomc seja incerta, mantemos nossa previsão de que optarão pela ação 'correta' de um corte de 50 pb", afirma o JPMorgan.

"Projetamos que a mediana das expectativas dos membros do comitê para este ano ficará 100 pb abaixo da taxa atual de 5-3/8%, indicando mais dois cortes de 25 pb nas duas últimas reuniões do ano."

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