Bolha em IA? Lacuna entre investimento e monetização segue no radar

Investing.com – Analistas de mercado seguem atentos aos receios de uma possível bolha no setor de inteligência artificial (IA), diante de uma lacuna significativa entre investimentos em infraestrutura e as receitas geradas. Empresas vinculadas à computação da nuvem e tecnologias utilizadas para os sistemas seguem monitoradas de perto na temporada de balanços, com investidores ansiosos para saber se os resultados baterão as expectativas.

“Apesar desses obstáculos, o ciclo de investimento em IA permanece no caminho certo por enquanto”, destacou o grupo suíço Julius Baer em nota aos clientes e ao mercado nesta semana, em que detalha estas preocupações e considera cedo para tirar conclusões a respeito da monetização do ecossistema.

Altas expectativas serão atendidas? Lacuna entre investimento e receitas no radar

O grupo suíço menciona estimativa da Sequoia Capital de que a lacuna em questão atinja um patamar em torno de US$ 600 bilhões e considera que, para que o comércio de IA siga em frente, esta deveria ser fechada.

O timing de monetização de empresas de software estão entre os desafios do ecossistema de IA. “De fato, criar ferramentas de IA que tenham uma forte proposta de valor e integrá-las aos sistemas de seus clientes é um processo demorado”, aponta Luca Menozzi, analista de pesquisa de próxima geração do Julius Baer.

Vendas em TI e software estariam com taxa de crescimento inferior, após “excessos” no pós-pandemia e haveriam ruídos sobre a substituição de trabalhadores, o que também afeta o cenário de precificação.

“Embora desafios como ciclos de vendas alongados, curvas de adoção achatadas e interrupções no modelo de preços estabeleçam um alto padrão para o sucesso, a IA Generativa apresenta oportunidades significativas para empresas de software inovarem e expandirem seus mercados”, completa Menozzi.

Consolidação da estratégia?

O Julius Baer segue com visão favorável sobre a tese de investimentos do tema de computação em nuvem e IA, que considera robusta. “Após uma forte alta no primeiro semestre do ano, a atual fase de consolidação é esperada e necessária”, conclui, na expectativa de volatilidade elevada nas próximas semanas, ainda que recomende manter as posições.