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Turbulência política na França gera incerteza sobre orçamento de 2025

Investing.com - A atmosfera política na França continua indefinida, com a expectativa pela nomeação de um novo primeiro-ministro ainda pendente, conforme destacado em uma análise recente do UBS.

Os analistas do banco sublinharam que, após a recusa do presidente Emmanuel Macron em nomear Lucie Castets, indicada pela coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP), a tensão política persiste enquanto o país se prepara para o início do ano letivo e os Jogos Paralímpicos.

A rejeição de Macron à candidatura da NFP introduz um cenário sem precedentes na França, ressalta o banco. Com a apresentação do orçamento para 2025 programada para as próximas semanas, a ausência de um primeiro-ministro nomeado só aumenta a incerteza. A NFP, apesar de ter obtido 193 cadeiras na Assembleia Nacional, não alcançou a maioria absoluta de 289 assentos necessária.

Da mesma forma, outros partidos políticos já sinalizaram que apoiariam uma moção de censura contra um eventual governo da NFP. Macron está, portanto, sob pressão para negociar um acordo que evite um impasse institucional, especialmente com o orçamento iminente.

O relatório também salienta que são baixas as chances de mudanças significativas na política fiscal, em parte devido à maioria conservadora no Senado, que provavelmente resistirá a qualquer desvio significativo das normas orçamentárias.

De acordo com o Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE, a França, que está atualmente sob um procedimento de déficit excessivo, precisa implementar uma consolidação orçamentária de no mínimo 0,5% do PIB anualmente. O novo governo terá que iniciar um diálogo técnico com a Comissão Europeia e apresentar seu plano orçamentário plurianual até 20 de setembro.

A volatilidade política na França também pode influenciar os mercados financeiros. O relatório do UBS aponta que os diferenciais de rendimento das obrigações francesas em relação aos Bunds alemães estão elevados em comparação aos patamares históricos.

Caso persista a falta de clareza nas decisões políticas e regulatórias, a volatilidade no mercado de obrigações francês pode continuar. Portanto, o banco considera que há oportunidades de investimento mais atrativas em países com trajetórias de dívida mais estáveis.

Revisado porTony
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