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A Convergência da Inflação Global: Perspectivas de Campos Neto

TradingKey - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que há uma convergência da inflação global, impulsionada pela demanda pós-pandemia e pela guerra na Ucrânia.

- Campos Neto destacou a baixa taxa de fertilidade da China e a necessidade de um modelo econômico voltado para exportações.

- Ele também mencionou as barreiras comerciais que o país enfrenta, como a recente taxação canadense sobre carros chineses.


O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira, 29, durante evento da CNN Brasil em São Paulo, que está em curso um processo de convergência da inflação global. Segundo ele, a inflação teve início devido a uma demanda superando a oferta, exacerbada pela pandemia e, posteriormente, pelos efeitos da guerra na Ucrânia. Naquele contexto, Campos Neto observou que havia uma expectativa de que a mudança na demanda por bens seria mais permanente do que o mercado precificava.


Ele destacou que, com a alteração na demanda por bens, houve também um impacto significativo na demanda por energia. "Produzir bens consome muito mais energia do que produzir serviços", explicou. Campos Neto apontou que a alta da demanda por energia não foi acompanhada por um aumento na oferta, com a queda dos investimentos em energia fóssil e a insuficiência da energia renovável.


Referindo-se à China, o presidente do BC enfatizou a baixa taxa de fertilidade do país, a mais baixa entre as nações relevantes. "O governo chinês tem tentado aumentar a fertilidade, mas sem sucesso recente", disse. Ele sugeriu que a China deve mudar seu modelo econômico de consumo interno para um foco em exportações, um desafio que já foi superado em anos anteriores, mas que agora enfrenta um cenário mais complexo.


Além disso, Campos Neto observou uma significativa queda nos investimentos de famílias e no setor imobiliário, ressaltando que o modelo econômico atual busca compensar essa redução com exportações. "Atualmente, as exportações estão crescendo, principalmente em produtos relacionados à eletrificação, como carros elétricos, painéis solares e baterias", concluiu.


O presidente do BC também comentou sobre as tarifas e barreiras comerciais que a China enfrenta, citando o exemplo do Canadá, que impôs uma taxação de 100% sobre a importação de carros chineses. "As exportações chinesas estão concentradas na cadeia de eletrificação, e isso afeta setores estratégicos em outros países", afirmou. Ele levantou questionamentos sobre a sustentabilidade do modelo econômico chinês, considerando as incertezas no comércio global geradas por essas novas imposições tarifárias.

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