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Guillen afirma que a política monetária não possui ligação direta com câmbio ou Fed

- Diogo Guillen, do Banco Central do Brasil, afirmou que a política monetária brasileira não segue automaticamente o Federal Reserve ou as variações cambiais.

- A curva de juros dos EUA indica possíveis cortes maiores nos juros, influenciando as taxas de Depósitos Interfinanceiros e o câmbio no Brasil.

- Guillen destacou a importância de reancorar expectativas para controlar a inflação, enfatizando a independência e o compromisso do Copom com a meta de inflação.


Durante um evento do Broadcast em São Paulo, Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do Banco Central do Brasil, reforçou que a política monetária do país não está diretamente atrelada às decisões do Federal Reserve dos EUA nem às variações do câmbio. Guillen esclareceu que, embora anteriormente a incerteza estivesse focada na possibilidade de flexibilização da política monetária americana, agora o mercado está mais preocupado com a magnitude dos cortes de juros previstos.


Recentemente, a curva de juros nos Estados Unidos começou a precificar uma maior probabilidade de um corte de 50 pontos-base já em setembro, ao invés dos 25 pontos-base anteriormente esperados. Até o final de 2024, o mercado espera um total de 100 pontos-base em cortes. Essa expectativa influenciou o mercado brasileiro, com as taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) recuando para contratos a partir de janeiro de 2026, e o dólar apresentando queda frente ao real nas últimas seis sessões.


No entanto, Guillen aponta que, para vencimentos mais curtos, como o DI para janeiro de 2025, as taxas ainda estão elevadas, refletindo a possibilidade de alta da taxa Selic em 2024. O diretor também mencionou que a sincronia entre os juros nos EUA e no Brasil diminuiu recentemente, indicando uma menor correlação entre as duas curvas de juros.


Além disso, Guillen reiterou a importância de manter a coesão e o compromisso do Copom com a meta de inflação de 3%, destacando que o desafio atual é reancorar as expectativas inflacionárias. Segundo ele, a desancoragem das expectativas é uma fonte de desconforto, e é essencial que o Banco Central atue para combater esse fenômeno.

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