- A tensão no Oriente Médio e as incertezas fiscais no Brasil elevaram a demanda por defesa cambial, fortalecendo o dólar frente a moedas emergentes.
- O dólar atingiu R$ 5,4859 na segunda-feira, apesar de ter caído pela manhã devido a fluxos de entrada.
- Conflito no Oriente Médio aumenta aversão ao risco, enquanto preocupações fiscais no Brasil e decisões de juros do Fed também influenciam o câmbio.
Na segunda-feira, 7 de outubro, a tensão geopolítica no Oriente Médio impulsionou a demanda por ativos de segurança, levando o dólar a se fortalecer frente às principais moedas de países emergentes e exportadores de commodities. No Brasil, as incertezas fiscais também contribuíram para a valorização do dólar, que fechou o dia em alta de 0,56%, cotado a R$ 5,4859. A liquidez no mercado foi limitada devido à agenda esvaziada.
Pela manhã, o real havia se fortalecido com a entrada de fluxos, fazendo o dólar tocar uma mínima de R$ 5,42, conforme relatou Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora. No entanto, a escalada do conflito no Oriente Médio e preocupações quanto à política monetária do Federal Reserve reverteram o movimento, puxando o câmbio de volta para cima.
Entre as moedas emergentes, apenas o rand sul-africano conseguiu se valorizar frente ao dólar. Matheus Massote, especialista de câmbio da One Investimentos, afirmou que o aumento do risco global geralmente resulta em uma fuga para o dólar, visto como um porto seguro. A desvalorização do real foi mitigada pela alta do petróleo, com o Brent voltando a US$ 80 por barril.
Os investidores também começaram a reavaliar a possibilidade de uma pausa no corte de juros nos EUA em novembro, após dados de emprego mais fortes do que o esperado. Isso elevou os juros dos Treasuries e manteve o índice DXY próximo à estabilidade. Iha observou que a reação do mercado na segunda-feira foi uma correção após a cautela do final de semana.
No cenário doméstico, o principal fator de pressão para o real continua sendo o quadro fiscal, conforme destacaram Iha e Massote. Apesar de a Moody's ter melhorado o rating do Brasil na semana passada, a avaliação recebeu críticas do mercado, que considera as possíveis entradas de recursos como pontuais e não permanentes.