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Dólar sobe frente ao real com o cenário externo ofuscando os dados fortes do PIB

-O dólar à vista subiu 0,48% frente ao real, fechando a 5,6439 reais, influenciado por dados fracos da indústria dos EUA e quedas significativas no petróleo e minério de ferro.

-O PIB do Brasil no segundo trimestre cresceu 1,4%, superando expectativas e impactando inicialmente o câmbio, mas o movimento não se sustentou.

-A alta do dólar também foi impulsionada por um ambiente global de aversão ao risco, com o Índice de Gerentes de Compras industrial dos EUA indicando contração.


O dólar à vista encerrou a terça-feira em alta de 0,48% frente ao real, cotado a 5,6439 reais, refletindo o movimento de alta da moeda norte-americana no exterior após a divulgação de dados fracos sobre a indústria dos Estados Unidos e quedas acentuadas no petróleo e no minério de ferro. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre superou expectativas ao crescer 1,4%, mas não foi suficiente para manter o dólar em baixa.

O aumento do PIB brasileiro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi o mais forte desde o quarto trimestre de 2020, com um avanço trimestral de 3,7%. A notícia inicialmente fez a taxa do dólar cair para 5,5771 reais (-0,71%) pela manhã, impulsionada pela expectativa de que o Banco Central aumentará a taxa Selic para controlar a inflação.

No entanto, a tendência de alta do dólar em relação ao real se reverteu devido à valorização da moeda norte-americana frente a outras divisas de mercados emergentes e exportadores de commodities. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial dos EUA subiu para 47,2 em agosto, de 46,8 em julho, mas permaneceu abaixo de 50, indicando contração no setor industrial.

Além disso, as quedas acentuadas nas cotações do petróleo e do minério de ferro pressionaram ainda mais as moedas de países exportadores de commodities. O preço do petróleo caiu cerca de 5%, enquanto o contrato de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Dalian, na China, encerrou com uma perda de 4,74%, a 703,5 iuanes por tonelada.

Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, explicou que, apesar do forte PIB brasileiro, o dólar seguiu a tendência internacional de aversão ao risco devido aos dados econômicos dos EUA. Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, destacou que a combinação do ISM industrial fraco e a queda das commodities reforçou o ambiente global de aversão ao risco, influenciando a alta do dólar.

No fim da tarde, o dólar seguiu em alta frente a uma cesta de divisas fortes e a maioria das moedas emergentes. O índice do dólar subiu 0,13%, a 101,790. Pela manhã, o Banco Central brasileiro vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional em leilão para rolar vencimentos de 1º de outubro de 2024, sem realizar operações extras de swaps nesta sessão.

Revisado porTony
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