UBS enxerga recuperação das commodities mesmo com receios sobre demanda

Investing.com – Mesmo com receios e incertezas a respeito da demanda global, as commodities devem apresentar tendência de recuperação, disseram especialistas do banco UBS em relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta quarta-feira, 24.

O documento menciona preocupações a respeito da economia chinesa, que apresenta uma recuperação mais difícil do que antecipado no período pós-pandemia, e seus impactos sobre os preços de commodities, que foram prejudicadas nesta semana em meio ao ambiente de cautela. Investidores monitoram de perto possíveis estímulos, após o anúncio de diminuição na taxa de juros do gigante asiático.

Com dados de atividade econômica da segunda maior economia do mundo abaixo do previsto por analistas, o petróleo bruto Brent estaria sendo negociado cerca de 7% abaixo do início de julho, enquanto os preços dos metais industriais caíram em torno de 9%, analisa o banco.

“No entanto, continuamos a prever preços mais elevados das matérias-primas devido à sólida demanda e oferta limitada, e esperamos que a classe de ativos apresente forte benefícios de diversificação num contexto de carteira”, aponta o UBS.

Petróleo

O UBS entende que a diminuição das exportações de petróleo bruto da OPEP+ tende a auxiliar na restrição do mercado da commodity. “As exportações de petróleo bruto da OPEP foram mais baixas em julho, em relação aos níveis já baixos de junho em meio ao clima quente no Oriente Médio, e a demanda em geral permanece saudável”, detalha o documento. A projeção é de que o brent fique em torno de US$87 por barril no final do ano.

Ouro

O ouro fornece um hedge ao investidor e deve ser recuperar, no entendimento do banco, que estima US$ 2.600/oz até o final do ano e US$2.700/oz em meados de 2025, contra a cotação atual em torno de US$ 2.415/oz. Entre os drivers, estariam a incerteza geopolítica, compras de autoridades monetárias globais e eventuais cortes nos juros americanos.

Cobre

Com falta de abastecimento, as tendências são de apreciação do cobre, apesar de últimos dados da China terem pressionado as cotações. O UBS estima preços a US$ 12.000/t para o cobre LME nos próximos doze meses. Na opinião de seus analistas, a transição energética demanda requer este metal, e o fornecimento escasso segue tornando o mercado deficitário.