Invesitng.com – Os fundos de ações de mercados emergentes registraram a maior entrada semanal desde fevereiro, enquanto os fundos de tecnologia continuaram a captar investimentos, conforme divulgado pelo Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) em seu recente relatório.
Segundo a EPFR Global, os fundos de ações obtiveram entradas de US$ 22,2 bilhões na semana terminada em 24 de julho, com metade desse montante destinada a fundos de mercados emergentes.
Os fundos de ações da China atraíram US$ 8,3 bilhões, representando a maior captação desde fevereiro, enquanto os fundos de ações do Japão tiveram sua maior entrada semanal em três meses, somando US$ 4,1 bilhões.
Os fundos de ações tecnológicas continuaram a ser atrativos, com entradas de US$ 2 bilhões, mesmo com outros setores como energia, consumo e financeiro registrando saídas.
Especificamente, os fundos de energia enfrentaram uma saída recorde de US$ 3,0 bilhões, os fundos do setor de consumo tiveram saídas de US$ 0,9 bilhão — a maior em três meses —, e os fundos financeiros viram US$ 0,8 bilhão deixar o setor, marcando a maior retirada desde fevereiro.
O BofA também notou que US$ 42,3 bilhões foram retirados de fundos de caixa. Em contrapartida, os fundos de títulos receberam US$ 16,1 bilhões, com os títulos de alto rendimento atraindo US$ 2,7 bilhões e os títulos com grau de investimento captando US$ 8,8 bilhões.
Além disso, US$ 1,3 bilhão foram investidos em ouro, representando a maior entrada nesse ativo em duas semanas desde março de 2022, e US$ 1,2 bilhão foram direcionados para ativos criptográficos.
O BofA mencionou que os investidores otimistas consideram o recente recuo nas ações como um desenvolvimento saudável, destacando que os níveis-chave estão sendo mantidos e os spreads de crédito permanecem controlados.
Por outro lado, os investidores pessimistas alertam que dados ruins do mercado de trabalho (payroll) poderiam interromper o domínio das ações de tecnologia de grandes empresas, referidas como as "7 Magníficas".
Esses investidores também veem a curva de juros mais inclinada como um sinal de recessão e acreditam que os vigilantes dos títulos dificultarão a eficácia dos cortes de taxa do Fed devido ao crescente endividamento dos EUA, conforme indicado pelos estrategistas liderados por Michael Hartnett.
A recente queda nos preços das ações da Tesla após a divulgação de seu último relatório trimestral é vista como uma oportunidade de compra, segundo analistas da Argus em uma nota divulgada na sexta-feira.
"Apesar de um segundo trimestre abaixo das expectativas, continuamos confiantes na estratégia da empresa e acreditamos que suas perspectivas de longo prazo são sólidas", afirmaram os analistas.
Uma das principais razões para a perspectiva positiva é o anúncio da Tesla sobre o início da produção de um novo modelo de veículo elétrico acessível, com preço entre US$ 25.000 e US$ 30.000.
"Vemos este desenvolvimento como um passo importante que deve ajudar a Tesla a manter e possivelmente aumentar sua liderança no mercado de veículos elétricos", comentaram.
A Argus sustenta que, apesar dos desafios operacionais e setoriais de curto prazo, a Tesla tem capacidade para superar essas dificuldades e manter sua posição de liderança no mercado de veículos elétricos.
Espera-se também que a empresa se beneficie dos créditos fiscais para veículos elétricos previstos na Lei de Redução da Inflação do último ano, além de um aumento no fornecimento de semicondutores e uma redução na inflação dos custos de matérias-primas.
Embora as vendas de veículos elétricos tenham diminuído nos últimos meses, tanto nos EUA quanto globalmente, a empresa de pesquisa de investimentos vê uma forte tendência de longo prazo para o mercado de veículos elétricos.
Em termos de avaliação, os analistas consideram as ações da Tesla atraentes nos preços atuais, ressaltando que a empresa não deve ser vista apenas como uma montadora, mas como uma companhia que engloba áreas como armazenamento de energia, tecnologia de condução autônoma e robótica avançada.
Em 23 de julho, após o fechamento do mercado, a Tesla reportou um lucro líquido ajustado no segundo trimestre de 2024 de US$ 1,812 bilhão ou US$ 0,52 por ação diluída, abaixo dos US$ 3,148 bilhões ou US$ 0,91 por ação diluída do mesmo trimestre do ano anterior.
Os resultados, junto com as margens dos automóveis, ficaram abaixo das expectativas, levando a uma queda de 12% no valor das ações após o expediente.
A Argus ajustou sua previsão de lucro por ação (LPA) da Tesla para 2024 para US$ 2,45, de US$ 2,57, ainda acima da projeção de consenso atual de US$ 2,35. A empresa também reduziu sua previsão de EPS para 2025 de US$ 3,51 para US$ 3,32 "para refletir as tendências de demanda mais fracas no setor de veículos elétricos, que acreditamos ser temporárias".